“Todas nós ainda nos prendemos a imposições sociais em algum nível. Todas nós, mulheres, enfrentamos uma luta diária de fortalecimento do amor próprio, pois vivemos em um mundo hostil. O que realmente faz essa modificação é a busca do autoconhecimento, do autocuidado, de nos enxergarmos para além das cascas e padrões que insistem em nos colocar”.
A fala acima é de Tainá Lima, de 28 anos, mais conhecida como Criola. Responsável por uma série de grafites pela capital mineira, ela é uma das mulheres que, atualmente, contribuem para o empoderamento feminino e das negras. Por meio de sua arte, conforme ela própria afirma, há uma conexão com pessoas especiais na rua, o que Criola considera um retorno marcante. E, neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Super Notícia traz histórias como a dela, de luta, força e conquistas.
Ao longo do tempo, atitudes como essas têm vindo à tona. A própria história mostra como o sexo feminino tem conquistado um espaço cada vez maior, lutando pela igualdade. No entanto, números ainda mostram que há mais a conquistar.
No terceiro trimestre de 2017, o rendimento mensal dos homens no Brasil, de 14 anos ou mais, foi de R$ 2.381; já o das mulheres na mesma faixa etária foi de R$ 1.807, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando se trata dos cargos de direção ou gerência, em 2015, 6,2% dos homens com 25 anos ou mais os ocupavam, enquanto a proporção caía para 4,7% em relação às pessoas do sexo feminino. O rendimento mensal também mostra desigualdade, mesmo quando se trata desse mesmo cargo: R$ 5.222 para eles e R$ 3.575 para elas.
Conforme ressalta Barbara Cobo, coordenadora de população e indicadores sociais da entidade, alguns fatores são os responsáveis por isso. No caso de cargos de gerência, por exemplo, muitos empregadores pensam em fatores como o tempo de licença-maternidade e acabam optando pelos homens. Em um cenário ainda mais amplo, há o fato de muitas mulheres acabarem por escolher ocupações em que só é necessário atuar por meio horário, uma vez que é delas, geralmente, a maior responsabilidade com a casa e com os filhos, diminuindo suas rendas (90, 6% das mulheres e 74,1% dos homens realizaram trabalhos domésticos ou cuidados com as pessoas em 2016, ainda de acordo com o IBGE). “São vários fatores combinados que acabam levando a esse quadro”, diz ela.
Aliás, quando se fala em trabalho, ainda existe muitos rótulos. Há aqueles, por exemplo, que são classificados como “de homem” e “de mulher”. O grafite, escolhido por Criola, invariavelmente é tido por muita gente como algo masculino. No entanto, as transformações estão a caminho. “Estamos mudando enquanto sociedade. Temos, enfim, enxergado o quanto somos equivocados e atrasados na forma que temos tratado as mulheres. Para a modificação ocorrer, primeiramente precisamos enxergar o tamanho do problema. E, mais do que falar sobre o quanto ele é prejudicial, precisamos refletir sobre formas de superá-lo”, avalia.
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O poder das mulheres
Avanços foram conquistados, mas desigualdades ainda existem
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