ONU diz que apenas 9% do plástico no mundo é reciclado

Paris, França. Para reduzir o impacto do plástico no meio ambiente, a reciclagem é a principal arma. A questão, no entanto, está longe de estar resolvida. Relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que 9% das 9 bilhões de toneladas de plásticos produzidos no mundo em toda a sua história foram reciclados. Enquanto isso, indústrias tentam melhorar os bioplásticos, ou seja, materiais de base biológica ou biodegradáveis. 

Na Europa, 31% das quase 26 milhões de toneladas de resíduos plásticos recolhidos em 2016 foram recicladas, segundo a federação europeia do setor, PlasticsEurope, frente os cerca de 10% nos EUA. As cifras também variam de acordo com o tipo de plástico.

O PET dispõe de setores industriais de tratamento muito desenvolvidos. As embalagens de iogurte, ao contrário, seguem sendo incineradas, assim como os compostos usados em automóveis, cuja reciclagem é cara. Outro problema é a falta de saída para a matéria reciclada, pois seu preço é mais elevado do que a procedente dos combustíveis fósseis, ou pelas dúvidas sobre as propriedades dela. Além disso, grande parte dos plásticos sequer é recolhida, devido a falhas na gestão pública. É o caso de mais da metade do volume de resíduos da Ásia, que acaba na natureza. 

O termo “bioplástico” pode criar confusão, pois designa tanto os plásticos de base biológica (feitos a partir de componentes naturais renováveis) como os biodegradáveis. Contudo, algumas matérias biodegradáveis podem vir de fontes fósseis. 

Os bioplásticos também podem mesclar as duas propriedades (serem de base biológica e biodegradáveis). De toda forma, das 2,05 milhões de toneladas de plástico produzidos no mundo em 2017, menos da metade (880 mil toneladas) era biodegradável. 

As moléculas de base desta “química verde” são obtidas com a fermentação bacteriana de açúcares, extraídos principalmente da cana, do amido de milho e da batata. A liderança da produção de bioplásticos é da Ásia (56%), que também lidera a fabricação dos plásticos tradicionais, à frente da Europa (18%) e América do Norte (16%). Em 2017, 58% dos bioplásticos produzidos foram usados em embalagens, à frente do têxtil (11%), bens de consumo (7%), automóveis e outras indústrias de transporte (7%). A produção global representou, em 2017, menos de 0,75% do mercado mundial de polímeros, segundo a European Bioplastics.