Pandora

A pochete volta com tudo ao mundo da moda

Parece que o jogo virou, não é mesmo? Demonizada por muitos anos, a pochete voltou com tudo e se tornou o acessório preferido para a folia deste Carnaval


Publicado em 19 de fevereiro de 2017 | 03:00
 
 
 
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Na moda, não é novidade ver peças que já foram renegadas em algum momento da história ressuscitarem no nosso guarda-roupa sem mais nem menos.

Foi assim que aconteceu com a até então crucificada pochete, que fez sucesso na década de 80 por sua funcionalidade e que foi resgatada nas passarelas internacionais por grandes marcas, como Emporio Armani, Marni e Chanel, para este verão.

“Tudo que era moda nos anos 80 está sendo revisitado, e claro que a famigerada pochete não poderia ficar fora das releituras”, acredita o stylist e consultor Rodrigo Cezário. Apesar do revival fashion, é neste Carnaval que a pochete se consagra como a queridinha para compor a fantasia durante os blocos de rua de todo o país, com ares repaginados, cores, estampas, design ainda mais prático e, claro, muito brilho.

Muitas marcas passaram a reeditar e produzir o acessório com aparência inovadora para que as pessoas pudessem curtir os bloquinhos de rua com as mãos livres e com mais segurança para driblar furtos em meio à multidão.

Nas redes sociais, muitos foliões já postam fotos em ensaios dos blocos carnavalescos mostrando que trocaram a bolsa pelas pochetes e ainda indicando onde comprar. “Ela é perfeita para a folia porque é despojada, segura e pode carregar todo o arsenal necessário para o folião pular o Carnaval à vontade”, explica.

É justamente esta união do estilo e do conforto que conquistou a designer de moda Luísa Luz, que também é uma das integrantes do Bloco do Batiza, que produziu sua versão de doleira feita com tecido impermeável, cuja venda objetiva arrecadar fundos para pagar as contas do bloco.

“Como o modelo ficou divertido, com as frases das músicas do repertório do bloco estampadas, as pessoas preferiram usar como uma pochete, pra fora da roupa”, contou.

Fã do acessório, Luísa acredita que ele ainda combina com a praticidade para andar no dia a dia, seja a pé ou de bicicleta.

“Eu acho bonito, de verdade. Ela fica colada ao corpo, não atrapalha o movimento nem de quem tá tocando na bateria. Além disso, você tem mais controle dos seus pertences, ao contrário da bolsa, que acaba ficando desconfortável e menos segura nas ruas cheias”, acredita.

Oportunidade

A cantora Ana Cristina viu no Carnaval uma oportunidade de empreender ao lado de sua amiga e sócia Rita Moreira. O acessório ganhou o nome de Pochete do Amor, com confecção toda artesanal, feita com retalhos de tecidos de alta durabilidade e superbordados. 

“Nenhuma é igual a outra; a chance de repetir é mínima”, garante Ana. Cada uma é vendida a R$ 40, e em apenas uma semana de pré-Carnaval já foram vendidas 70 unidades. “Neste ano fiquei interessada nas pochetes, mas achei muita marca fazendo modelos bonitos, porém poucos práticos e com o preço muito acima da minha realidade. Então resolvi propor à Rita para fazermos alguns modelos leves, maleáveis, brilhantes e confortáveis”, disse. 

A popularidade das pochetes fez com que Ana participasse ativamente das concentrações dos ensaios dos blocos. “São dois a três blocos em uma só noite”, disse. Muitas encomendas acontecem por meio de sua rede social, e a maioria das pessoas já procura modelos que combinem com a cor da fantasia, é claro.

Além da folia

Adormecida por quase 30 anos, a estigmatizada pochete recentemente ganhou adesão até mesmo da jornalista e consultora de moda Gloria Kalil. Recentemente, ela fez um selfie usando um modelo de couro e postou nas redes sociais com a seguinte legenda: "Por que a gente demonizou tanto a pobre da pochete? Ela é tão bacaninha!”. Resta saber se é apenas um revival ou um retorno definitivo da peça utilitária que saiu do limbo fashion.
 
Para o stylist e consultor Rodrigo Cezário, muitas marcas fazem esforço para emplacar a pochete e tornar o design ainda mais atraente. “A moda é movida a novidades, mas nem sempre o novo é totalmente novo. Então, é preciso recriar antigos modismos, e quanto mais polêmico, melhor”, acredita. Ainda de acordo com ele, os novos modelos têm muita personalidade, materiais e detalhes diferenciados. 
 
“Ela pode ser mais estruturada e glamourosa para a noite, ou superesportiva para o dia a dia, mas sempre com um toque interessante”, comenta. Entretanto, ele alerta: “Não acho uma bolsa sexy, não vejo uma menina paquerando com uma pochete sobre seu abdome”. 
 
Para quem ainda torce o nariz para a pochete, listamos modelos que vão te fazer mudar de ideia.

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