Elas assumiram o branco dos seus cabelos, estão arrasando e merecem respeito. As cores grisalho e branca estão na cabeça de mulheres resolvidas, felizes e, acima de tudo, belas.
A endocrinologista Adriane Eunápio,48, é um excelente exemplo de que já se foi o tempo em que deixar de pintar os cabelos estava relacionado à falta de vaidade. Desde 2002, a médica assumiu a cor natural de seus cabelos e não se arrepende. "Não queria ficar escrava da tinta e, por isso, resolvi deixar o branco. Detesto o que é artificial. Gosto do meu cabelo. Tem a ver com minha postura de vida", admite.
De acordo com Adriane, a aprovação do seu marido foi muito importante na sua decisão. "Relação a dois tem a ver com cumplicidade, e Humberto é companheiro até na minha escolha de não tingir mais os cabelos", conta.
Para a endocrinologista, o preconceito diminuiu, mas, de acordo com Adriane, ainda hoje algumas pessoas questionam a sua escolha. "Recebo elogios e também críticas. Outro dia, uma senhora me parou no meio da rua e disse que eu deveria pintar o cabelo. Acho engraçado e respondi que o branco faz parte da minha genética".
A joalheira Renata Premen, 50, considera suas madeixas lindas. Ela conta que os cabelos começaram a ficar "maduros" quando completou 25 anos. "Recentemente, tive que cortar o cabelo com máquina um e experimentei tingir. Ficou parecendo que eu tinha um capacete na cabeça. O cabelo cresceu e ficou interessante, mas não tenho a menor paciência para passar a tinta e esperar muitos minutos. Fico imaginando o que os produtos químicos podem fazer com o meu cérebro", brinca.
Renata acredita que a o preconceito é quase inexistente, o que ela considera um alívio. Para ficar sempre atual, a joalheira varia o corte do cabelo de acordo com seu momento. Atualmente, adotou o corte bem curto. "Para deixá-los sempre com brilho e bonitos, uso xampu especial.
Cuidar de cabelo dá trabalho de qualquer jeito, independentemente da cor. Tenho que investir no xampu, pois a quantidade de cloro que tem na água do banho de qualquer cidade do Brasil já deixa os cabelos amarelos", lamenta.
A arquiteta Walquiria Valle Noronha, 60, afirma que é um erro pensar que a cor dos cabelos representa vaidade ou até mesmo feminilidade. "Vaidade é você se sentir bem com você. Acho ótimo ter cabelos brancos. É prático e não dá trabalho", comenta. Para cuidar dos fios, a arquiteta usa xampu específico, sem álcool, e sempre mantém o corte atual.
A produtora cultural e atriz Nely Rosa, 59, também não tem o menor problema com seus cabelos. "Salão é muito chato. Não tenho tempo. O branco é muito mais fácil de cuidar. Uso xampu de boa qualidade e ele fica ótimo. É simples assim", garante.
Nely não é radical e afirma que, se for necessário, muda a cor. "Se eu for convidada para fazer
uma personagem no teatro ou no cinema que tenha cabelo colorido, não vejo problema nenhum em tingir. Faz parte da profissão", conclui.