Pegada forte

Mergulho na cidade 

O neoprene saiu dos esportes aquáticos para se tornar o material queridinho da vez; aprenda com o Pandora como usar no mundo fashion


Publicado em 21 de dezembro de 2014 | 04:00
 
 
 
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O verão do hemisfério Norte já anunciava: o neoprene saiu da água. Tradicional tecido, utilizado para confeccionar os trajes de surfe e de mergulho, o policloropreno (primeiro composto da borracha sintética a ser produzido em massa) migrou para a moda. Aqui, ele não se resume apenas a maiôs e bodies, mas também faz saias, blusas e vestidos. Geralmente, quem aposta no material são as marcas de pegada mais esportiva. O americano Alexander Wang, também designer da francesa Balenciaga, foi um dos pioneiros. Stella McCartney também lança mão do tecido, e é responsável por algumas das produções mais chiques criadas com ele. Por aqui, Pedro Lourenço e Vitorino Campos, adeptos do estilo sporty-chic, desenvolveram saias-lápis e blusas amplas de neoprene combinadas a bordados e estampas luxuosos, além de alfaiataria impecável.

Se no universo esportivo o neoprene é amplamente utilizado por suas propriedades de isolante térmico, no mundo fashion ele pega mais forte justamente no verão. Na moda, no entanto, o tecido é desenvolvido de maneira especial e não tem as mesmas propriedades, sendo realmente uma opção fresca para os dias de calor, mas mantendo seu aspecto estruturado original com o caimento que os estilistas buscam. Isso faz com que seja possível criar peças de aparência esportiva, bem no clima das altas temperaturas, sem fazer suar quem as use. “A moda trouxe o tecido para peças clássicas, como blazers, saias, calças... Isso é muito legal para a mulher brasileira, porque o neoprene é um tecido mais encorpado, então dá uma bela segurada na silhueta”, conta o consultor de moda e apresentador de TV, Arlindo Grund. A Dzarm, segmento jovem da Hering foi uma das que lançaram mão do tecido. Na marca o neoprene, que aparece na versão lisa e estampada, alia conforto e estilo nos looks mais fresquinhos. A Adidas Originals é outra que explora muito o material, especialmente em suas parcerias. A estilista grega radicada em Londres Mary Katrantzou, especialista em estampas digitais, desenvolveu uma coleção repleta de peças supercoloridas em neoprene para a marca esportiva alemã.

Manual de instruções

As formas de usar o material são tão diversas quanto suas maneiras de criação. Segundo Arlindo Grund, cada corpo tem uma forma de ser valorizado. “Quem quer valorizar a cintura tem que colocar os geométricos na altura da cintura, quem quer disfarçar regiões maiores deve procurar evitar contraste de cor, não usar uma cor sólida para que não haja um aumento de volume”, diz. Há peças volumosas, que acompanham a textura rígida que o material sugere. Suéteres e blusas amplas, saias com pregas e volumes laterais sugerem esse estilo. Já outra “vertente” é a mais ajustada no corpo. “O importante é que a mulher se olhe no espelho e perceba qual parte do corpo ela deseja disfarçar e, a partir daí, faça a escolha da peça ideal. Eu indico que o neoprene seja usado na parte que você queira chamar mais atenção, pois como ele é estruturado, pode ter certeza, vai chamar a atenção”, completa Grund e finaliza: “Quem tem medo de ousar deve investir em um belo blazer, ou numa saia mídi, dependendo da altura, já que saias mídi caem melhor em mulheres longilíneas”.

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