Localizado à avenida dos Andradas, próximo à praça da Estação, no centro da cidade, um prédio imponente com janelas azuis espelhadas tinha como destino certo se tornar o maior hotel de Minas Gerais, com 28 andares, onde estão distribuídos 410 apartamentos. Popularmente, o hotel é conhecido pelo nome de Beira-Rio (ele foi construído às margens do Rio Arrudas).
Entretanto, negociações “em ritmo avançado” apontam que o edifício deva ser ocupado, na verdade, por um hospital particular da rede D’Or, presente em estados como Rio de Janeiro e São Paulo.
“Não é uma informação de bastidor, as negociações já estão mesmo em ritmo avançado”, garante o consultor hoteleiro Maarten Van Sluys que diz estar a par das proposições. A negociação, segundo ele, está na etapa de negociação de “números e valores”.
“Muitos apartamentos foram vendidos individualmente. Eu acredito que o investidor que comprou o apartamento, de hotel, não queira prosseguir negócio em um hospital”, diz.
Dos 410 apartamentos disponíveis, de acordo com Maarten, 30 foram as unidades vendidas para investidores individuais. “A sorte é que não são muitas unidades”, pondera.
Com 70% da estrutura pronta, faltando ser concluída apenas a etapa da decoração, a previsão era a de que o prédio fosse inaugurado como hotel em março do ano que vem. Entretanto, com a possibilidade da mudança, a abertura deve ocorrer em uma prazo de aproximadamente um ano. “Devem ser feitas mudanças na estrutura do edifício, mas não serão tantas”, destaca.
Dentre as modificações previstas, estão o aumento de vagas no estacionamento e adequação para a chegada de ambulâncias.
Projeto Copa não deu certo
O prédio já existe há 20 anos, mas, nas proximidades da Copa do Mundo de 2014, ele passou por uma reforma, e a previsão é que ele fosse inaugurado durante o torneio para receber turistas. “A ideia é que ele ficasse pronto para a Copa, mas não aconteceu”, relata.
A alta oferta de hotéis tendo em vista a baixa demanda também afetou a transformação do prédio em hotel. “O mercado hoteleiro comemorou essa mudança. Já conversei com vários hoteleiros daquela região, e eles estão bem aliviados”, diz, frisando que uma possível concorrência ali poderia ser prejudicial aos negócios dos que já existem.
A rede
A reportagem entrou em contato com a Rede D'Or e aguarda retorno.