O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer do colo de útero. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são registrados, por ano, aproximadamente 6.000 novos casos da doença no Brasil.
Esse tipo de tumor é considerado o mais difícil de ser diagnosticado entre os demais, uma vez que a maioria dos cistos malignos no ovário só se manifesta em estágio avançado, o que os torna mais letais.
O oncologista e diretor da Oncomed-BH, Roberto Fonseca, revela que em mais de 50% dos casos o diagnóstico é feito quando a doença já apresenta metástases. “Isso se dá por causa da localização dos ovários e pelo fato de que, geralmente, os tumores iniciais não apresentam sintomas”, explica.
No entanto, ele destaca que mesmo pacientes com a doença disseminada podem ser curadas com o tratamento adequado. “A principal arma terapêutica, nesse caso, é a cirurgia para a redução da massa tumoral, procedimento fundamental para a melhoria do prognóstico da paciente”, frisa.
Fatores de risco
Os fatores de risco que mais contribuem para o desenvolvimento da enfermidade são idade, nuliparidade (mulheres que não tiveram filhos), infertilidade, endometriose (condição na qual o endométrio – mucosa que reveste a parede interna do útero – cresce em outras regiões do corpo) e a obesidade.
Ainda de acordo com Fonseca, o histórico familiar é o principal fator de perigo para o desenvolvimento do tumor. “O risco é aumentado quando não há caso esporádico da doença na família e substancialmente maior quando há registro de síndrome hereditária de câncer de ovário e mama, usualmente associada a mutações dos genes BRCA1 e BRCA2”, diz.
O tratamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, composta por cirurgião ginecológico experiente, oncologista, geneticista, patologista, além de enfermagem especializada, nutricionista e psicólogo.
Principais indícios
Os sintomas mais comuns do câncer de ovário estão relacionados ao crescimento do tumor na pelve e sua disseminação pelo abdômen, resultando em volume e dor abdominal, falta de apetite, perda de peso, alterações do habito urinário e intestinal, entre outros.
O oncologista e diretor da Oncomed-BH, Roberto Fonseca, afirma que, na maior parte das vezes, esses indícios não são causados por câncer. “Por isso, é muito importante que os pacientes sejam investigados por um médico especialista”, frisa.
Para se detectar o edema são realizados exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos em pessoas com sinais e sintomas sugestivos (diagnóstico precoce) ou em pacientes sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Precaução
A prevenção contra o câncer de ovário pode ser feita através de hábitos de vida saudáveis, como a realização de atividade física diária, dieta e manutenção do peso corporal adequados, entre outros.
Conforme explica o oncologista e diretor da Oncomed-BH, Roberto Fonseca, no caso de mulheres com histórico da doença na família, o aconselhamento genético pode sugerir se existem mutações relacionadas ao aumento de risco do tumor. “Nesse caso, o teste genético deve ser considerado e discutido sobre suas vantagens e desvantagens”, destaca.
“Para as pacientes com de mutações específicas, a cirurgia de retirada dos ovários reduz o risco do câncer, apesar de não eliminar totalmente a possibilidade de a doença ocorrer”, completa Fonseca. Ele recomenda que mulheres a partir dos 50 anos de idade consultem regularmente o médico.