Saúde

Pacientes voluntários recebem os avanços das células-tronco 

Homem que sofreu infarto demonstra evolução após participar de estudo


Publicado em 27 de outubro de 2014 | 04:00
 
 
 
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Nova York, EUA. Edgar Irastorza tinha apenas 31 anos quando seu coração parou de bater, em outubro de 2008. Gestor de propriedades, dançarino de break e ex-lutador de Miami, nos EUA, ele havia ganhado peso. Certo dia, durante uma sessão de exercícios, ele sentiu falta de ar e foi ao hospital. Ele sobreviveu ao infarto, mas o tecido cicatricial resultante reduziu em um terço a capacidade de bombeamento de seu coração. Não conseguia mais carregar seus filhos no colo nem dançar. Ia dormir pensando se acordaria pela manhã.
 

O desespero motivou Irastorza a ser voluntário de uma pesquisa médica bastante incomum: ter células-tronco injetadas diretamente em seu coração.

Ao longo dos últimos cinco anos, por meio de estudos em laboratório, cobaias e pacientes como Irastorza, pesquisadores trouxeram para mais perto da realidade as grandiosas promessas dos tratamentos com células-tronco.

Elas entraram na consciência pública no início dos anos 90, fascinando todos com seu potencial para ajudar o corpo a vencer doenças degenerativas como o Alzheimer e para tratar problemas como lesões na medula espinhal.

Os pesquisadores vêm lentamente aprendendo como usar melhor as células-tronco, quais tipos usar e como entregá-las ao corpo – descobertas que não são singularmente transformacionais, mas progressivas e pragmáticas.

Até 4.500 ensaios clínicos envolvendo células-tronco estão sendo realizados nos EUA para tratar pacientes com doenças cardíacas, cegueira, Parkinson, HIV, diabetes, câncer no sangue e lesões na coluna espinhal, entre outros problemas.

Economia. Ainda não se definiu a maneira mais econômica de fornecer células-tronco.

Cientistas presumiram, por exemplo, que o coração de um paciente faria um melhor reparo em si mesmo quando injetado com suas próprias células-tronco. Mas o estudo no qual Irastorza foi voluntário, na Universidade de Miami, mostrou que os pacientes tiveram resultados igualmente bons com as células-tronco de terceiros, e seus corpos não armaram um ataque imunológico contra as células.

Se for apoiado por mais estudos, isso significa que futuros pacientes não precisarão de imunossupressores e que as células-tronco podem ser feitas em grandes lotes – e, portanto, de forma mais econômica.

Flash

Nobel. Em 2006, o pesquisador japonês Shinya Yamanaka, que posteriormente recebeu um Prêmio Nobel, descobriu uma forma de transformar células adultas de volta em células-tronco. Hoje, cientistas ainda usam as células-tronco embrionárias.

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