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Roupa que monitora recém-nascidos promete tratamento mais humanizado

Três italianos criaram a vestimenta com tecido especial capaz de monitorar dados cardíacos, respiratórios e de movimentos de bebês


Publicado em 17 de março de 2014 | 13:39
 
 
 
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A luta pela vida de um bebê prematuro em uma incubadora e coberto por eletrodos é uma experiência difícil para seus pais. Normalmente, eles têm poucos minutos por dia para estar ao lado da criança e vivem uma rotina desgastante.

Amenizar este sofrimento foi o objetivo de três italianos - um engenheiro, um médico e uma empresária do ramo têxtil – ao criar uma roupa com tecido especial capaz de monitorar dados cardíacos, respiratórios e de movimentos de bebês. "Isso possibilita uma terapia fundamental: a do contato da pele da mãe com a do filho", diz Rinaldo Zanini, diretor da maternidade e coordenador médico da unidade de terapia intensiva neonatal do hospital da Província de Lecco. "Ainda temos controle e segurança, mas sem criar uma barreira entre os dois", explicou.

Na verdade, os cabos e sensores ainda estão lá, mas integrados ao tecido. É como se os recém-nascidos "vestissem" os eletrodos. Feitos de prata, os fios inteligentes são bons condutores de eletricidade. "Isso garante boa qualidade do sinal para o monitoramento", afirma o pesquisador Giuseppe Andreoni, da Universidade Politécnica de Milão. Ao mesmo tempo, os fios têm uma textura semelhante à da malha de algodão e propriedades antibacterianas, evitando alergias.


No protótipo final, os fios inteligentes foram incorporados à costura das mangas. "Assim, temos certeza de que sempre estão em contato com a pele", explica a empresária Alessia Moltani. Um modem preso à roupa transmite por rede sem fio os dados captados por sensores. As informações podem ser, então, analisadas por computador, tablet ou celular.

O uso do tecido inteligente diminui o impacto psicológico na mãe, que já está sensível pela gravidez encerrada antes da hora. Também evita uma terapia incômoda, em que os eletrodos presos à pele do bebê devem ser trocados diariamente.

Nos testes, os bebês eram duplamente monitorados, pelo método tradicional e pela roupa. "Cientificamente, chegamos aos mesmos resultados", diz Zanini. "Mas o novo tratamento é menos estressante e favorece a descida do leite materno", afirma.

Marina Padovan foi uma das mães que aceitou fazer parte da pesquisa. Ela chegou à maternidade para um parto prematuro com 32 semanas de gravidez. Seu filho nasceu com 1,340 quilo e ficou um mês e meio no hospital. "Era difícil ver meu filho com todos aqueles tubos e fios. Pedia ajuda à enfermeira a cada amamentação", diz ela, que, por isso, decidiu testar o protótipo da roupa inteligente. "Era melhor ter ele monitorado, mas no meu colo, sem precisar da ajuda de ninguém", declarou.
 

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