Renomada por operar alguns dos melhores lodges de safári do mundo, a história do grupo Singita começou há quase cem anos, quando a família Baile comprou terras no nordeste da África do Sul e começou um trabalho com foco em preservação.
Transformada na reserva privada de Sabi Sands, essa região fica ao lado do maior parque natural do país – o Kruger National Park – e é famosa pela diversidade de animais e pela frequência com que é possível encontrar os “Big Five”, os cinco principais animais da savana africana: leão, elefante, búfalo selvagem, rinoceronte e leopardo, além de hipopótamos, zebras e girafas.
Na década de 90, os herdeiros da família abriram o primeiro dos 15 lodges que possuem hoje em diferentes áreas de conservação na Tanzânia, Zimbábue e Ruanda, além da África do Sul.
Confesso que safáris não estavam no topo da minha lista de preferências de viagem, até passar três dias no Singita Ebony, o primeiro e mais tradicional, e voltar completamente encantado.
A chegada já é uma atração em si: após sobrevoar a savana em um avião monomotor desde Joanesburgo, o pouso é diretamente na pista do lodge, onde os hóspedes são recepcionados em grande estilo pelo gerente, com um drink de boas-vindas.
A partir daí, até a hora de ir embora, tudo está incluído. Você só terá que colocar a mão no bolso se quiser levar para casa algum dos belos itens produzidos pelas comunidades locais e vendidos na butique do lodge, que chama a atenção pela curadoria de bom gosto.
Primeiro dia
Um tradicional dia de safári começa cedo. Ao nascer do sol os guias já aguardam com o jipe pronto e um café da manhã, que pode ser tomado na recepção ou em estilo piquenique nos arredores.
Logo no início de nossa primeira saída já nos deparamos com dois hipopótamos brigando em um lago. Pouco depois o ranger é avisado pelo rádio que, em uma área mais distante um grupo de leoas, acabara de atacar uma zebra. Foi para onde seguimos e chegamos a tempo de ver cenas dignas da National Geographic.
Após o trabalho duro feito pelas fêmeas, mais tarde chegaram os leões para compartilhar do banquete. No caminho de volta, uma manada de elefantes no caminho chamava a atenção pelo cuidado da mãe com um pequeno recém-nascido. Os guias, com formação em biologia, dão uma verdadeira aula sobre tudo.
Ao retornar para o hotel, é servido o café da manhã completo, com requintado menu a la carte. Em alguns dias há a opção de um autêntico jantar festivo africano.
Segundo safári
A segunda saída para safári acontece no final do dia, ao pôr do sol. No tempo disponível entre os safáris, o time do hotel oferece atividades diversas como visitas às comunidades da região ou degustação de vinhos na adega, mas a concorrência é forte com a tentação de curtir o lindo terraço dos bangalôs, cada um com sua piscina privativa e vista para o rio Sands, onde frequentemente os elefantes vêm beber água.
A emoção de assistir a natureza se manifestando em suas formas mais puras, com conforto e serviço excepcional, em ambiente tão rústico e autêntico, me faz querer planejar correndo quando e onde será meu próximo safári.
* Rafael Romeiro é expert em turismo de luxo e diretor da operadora FVO Travel.