Grandões

Celulares 'gigantes' ocupam o espaço de tablets e smartphones

Telas maiores que 5,5 polegadas conquistam preferência do usuário


Publicado em 12 de dezembro de 2017 | 03:00
 
 
 
normal

SÃO PAULO. As vendas de tablets caem há três anos, segundo a consultoria IDC – mas isso não significa que consumidores não gostem de telas grandes. Neste ano, serão vendidos 611 milhões de phablets, aparelhos com telas maiores que 5,5 polegadas. A estimativa é que as vendas desses aparelhos em 2021 vão bater 1 bilhão, superando os 700 milhões de celulares menores. Ao todo, as vendas vão subir 13% em quatro anos.

“Os usuários vão continuar consumindo mais entretenimento em vídeo, jogos, mídias sociais e outras aplicações com fluxo pesado de dados, que fazem com que o tamanho da tela e seu tipo sejam um elemento crucial na decisão de qual celular comprar”, diz Ryan Reith, da IDC.

As vendas de phablets dependem primordialmente da China, mas alguns são populares no ocidente, como o Samsung Galaxy Note 8 e o Galaxy S8 Plus. O iPhone 8 Plus, lançado em outubro no Brasil por até R$ 5.400, também é considerado um phablet.

A palavra é um misto de phone e tablet, e se popularizou em 2011 para se referir à série Galaxy Note, da Samsung. No uso portátil, para ler, jogar ou assistir a vídeos, eles vêm substituindo tablets e aparelhos menores.

A queda nas vendas de tablets desde 2014 coincide com o momento em que os smartphones se tornaram melhores e mais acessíveis. Analistas apontaram inicialmente que a longa vida útil dos tablets – de vários anos, no caso do iPad – era o que derrubava as vendas pelo mundo, mas já há quem diga que eles estão fora de moda. “Acreditamos que a categoria vai continuar em decadência a longo prazo, ainda que em um ritmo mais devagar do que imaginávamos (em 2016)”, disse Lauren Guenveur, da IDC, em relatório sobre o setor no segundo trimestre deste ano.

Na Argentina, as vendas de tablets continuam subindo, pois há uma tributação diferenciada para esses dispositivos, considerados equivalentes a notebooks e PCs, e não a celulares. Por isso, eles chegam com preços menores no mercado. As vendas crescem há 58 meses no país, de acordo com a GfK.

Outro país em que tablets ainda têm um respiro é a Índia, onde a IDC identificou um aumento de 46% nas vendas no terceiro trimestre, num mercado dominado por Lenovo e Acer. A explicação são os programas de distribuição gratuita de tablets do governo indiano, voltados à educação, que mantêm o ritmo das vendas. A IDC afirma que as vendas de tablets caíram 5,4% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. No Brasil, foi 8% de queda no segundo trimestre, também ante o ano passado.

Novo nicho. A IDC usa como exemplo os consumidores do iPhone, da empresa norte-americana Apple, cujos modelos com telas maiores alcançaram 41% do total de aparelhos vendidos neste ano e ao menos 50% dos estimados para o próximo ano. Como consequência, os aparelhos de tela grande e modelos de alto padrão que entrarem no mercado de agora em diante aumentarão o preço médio dos smartphones listados nessa categoria. “Não há dúvida alguma que o ano de 2017 criou um segmento de mercado de alto padrão”, acrescentou Anthony Scarsella, que liderou o estudo realizado pela IDC. “Os últimos melhores aparelhos lançados por Samsung, Apple, Google, LG e outros aumentaram a faixa de preços para mais de US$ 850 pela primeira vez. Mesmo com esse aumento, os compradores os aceitam”, informou a IDC.

Previsão. O preço médio de um smartphone deverá ser US$ 317 em 2021 em comparação a US$ 282 em 2016, diz a IDC. Celulares com Android, da Google, têm 85,1% do mercado.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!