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Ideias inovadoras têm espaço em comunidade de startups

Histórico de empreendedorismo na cidade do Sul de Minas gera ambiente fértil para estreantes


Publicado em 07 de março de 2017 | 03:00
 
 
 
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O polo de tecnologia e eletrônica de Santa Rita do Sapucaí, que reúne cerca de 160 empresas que geram em torno de R$ 3 bilhões em faturamento por ano, fez surgir uma nova comunidade, agora de 50 startups, que integram o ambiente de inovação que caracteriza a cidade de 40 mil habitantes no Sul do Estado. “Temos um histórico de empreendedorismo na cidade. Fomos um dos primeiros centros de ensino a criar uma incubadora de empresas que já era oficial nos anos 90. Hoje, 50 empresas que foram graduadas na nossa incubadora ainda funcionam na cidade e faturam R$ 250 milhões por ano”, conta o coordenador do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Rogério Abranches.

A relação entre empresas já consolidadas e as startups gera parcerias o tempo todo. A Inova GS, que surgiu no final de 2014, fechou um contrato de R$ 100 mil com a Exsto Tecnologia. “É interessante, porque a Exsto era uma startup, como nós, há dez anos”, afirma Rodrigo Alves, sócio da Inova GS.

A empresa tem dois produtos no mercado. O empresariuslab.com e o estagioonline.com. O primeiro é um jogo de empresas utilizado em faculdades de administração e cursos de pós-graduação. Já o segundo é uma plataforma com cerca de 500 mil usuários que anuncia vagas de estágios. “Em certas áreas, como computação e design, oferecemos vagas para estagiários remotos, que é um conceito novo”, explica Rodrigo Alves.

Em janeiro deste ano, as startups da cidade criaram o Startup Hub, uma comunidade que visa atrair investidores para a região. “O grupo tem conseguido chamar a atenção de investidores para o ambiente da cidade”, conta Rodrigo. “Este ainda é o desafio das startups, chamar a atenção dos investidores”, afirma Carlos Henrique Vilela, diretor de marketing da Leucotron e organizador do Hack Town, festival com palestras sobre inovação, criatividade e tecnologia. A primeira edição do evento, em 2016, reuniu 1.500 pessoas em 200 palestras que aconteceram em vários pontos da cidade. A próxima edição será em setembro deste ano.

“Muita ideias inovadoras são geradas aqui, mas são projetos informais. Com a comunidade mais organizada, eles podem se profissionalizar”, avalia Rodrigo. Carlos Henrique cita a relação entre as startups que estão se organizando e as empresas já consolidadas. “Ajudamos na parte de gestão, do comercial, mas também no desenvolvimento de tecnologias”, afirma.


Grandes empresas no circuito

As startups de Santa Rita do Sapucaí não atendem apenas o mercado local. É o caso da startup Das Coisas, que surgiu em abril de 2016 e já conta com 16 funcionários, além dos sete sócios. Mesmo atendendo empresas da própria cidade, a Das Coisas tem contrato com grandes companhias, como a Ericsson, em soluções de conectividade para internet das coisas. A empresa ainda oferece uma plataforma na nuvem para seus clientes. “Hoje não contamos com dinheiro de investidores-anjo, somos mantidos pelos nossos próprios clientes”, conta Victor Fernandes, sócio da startup.

A Das Coisas faz parte da incubadora do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em que há mais seis empresas. Inicialmente, a Das Coisas passou pela pré-aceleradora do Inatel, que reúne, por dez meses, cerca de 20 startups e tem parceria com a Telefónica e a Ericsson. “Fomos o primeiro crowdworking da Telefónica no Brasil”, conta o coordenador do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação do Inatel, Rogério Abranches. A parceria entre Inatel, Telefónica e Ericsson foi assinada em fevereiro de 2016 e oferece às startups aceleradas estrutura de trabalho e mentorias.

Dentro. Entre as cem startups selecionadas pelo Fiemg Lab, três são de Santa Rita: a Skyll, que monitora atletas, a Easy Fix, que atua na gestão hospitalar, e a plataforma educacional Dágora.


Inatel terá FabLab ainda neste ano

O Inatel vai inaugurar no segundo semestre deste ano o seu FabLab, um laboratório para desenvolvimento de protótipos para startups com tecnologia digital. O conceito do FabLab surgiu no Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 2001.

“Já temos impressoras 3D para alunos e startups instaladas no Inatel. Agora vamos investir em outros equipamentos para possibilitar a produção de protótipos. A ideia é seguir o padrão norte-americano”, afirma o coordenador do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação do Inatel, Rogério Abranches. O laboratório estará aberto para a comunidade da cidade.

Além da incubadora e da pré-aceleração, o Inatel mantém o Laboratório de Ideação, voltado para empreendedores que têm uma ideia, mas ainda não conseguiram formatar seu projeto em uma startup.

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