História

Primeiro Museu do Videogame procura espaço para vir a BH

Colecionador reúne aparelhos e títulos garimpados no mundo todo


Publicado em 23 de agosto de 2014 | 03:00
 
 
 
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Fazer uma paixão da infância virar coisa de gente grande não é para qualquer um. Mas foi o que aconteceu com Cleidson Lima, 42, encantado pelos videogames desde pequeno. Sua coleção, que começou em 2006, foi reconhecida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e agora é, oficialmente, o primeiro Museu do Videogame brasileiro.

Sem sede fixa, com seu acervo de 215 consoles e 6.000 títulos de jogos reunidos em casa, na cidade de Campo Grande, ele planeja eventos para levar o museu a várias cidades brasileiras, inclusive Belo Horizonte. “Já fomos procurados por um shopping da cidade”, conta o curador, sem revelar detalhes. “Onde a gente tiver parceiros e patrocinadores, seja do poder público ou da iniciativa privada, a gente vai. A condição é que a entrada do público seja gratuita”. E o melhor: não é para ver, é para jogar de verdade.

O Museu do Videogame já realizou quatro eventos em Campo Grande e teve, ao todo, 450 mil visitantes. Engana-se quem pensa que é coisa para nerds. São famílias inteiras. “Já teve pai na casa dos 40 anos jogando ‘River Raid’, chorando e falando com o filho: ‘Era esse que eu jogava quando tinha a sua idade’”, conta o curador.

Atari, Nintendinho, Master System, Mega Drive, Nintendo 64, Sega Saturn, Xbox, Dreamcast, Game Cube e PlayStation 1 estão lá. Mas nem só de nomes conhecidos do grande público vive o Museu do Videogame. O primeiro jogo do mundo, o Magnavox Odissey de 1972, por exemplo, pode ser visto. “Tem gente no eBay que vende por US$ 10 mil. Eu comprei por US$ 15 num brechó nos Estados Unidos”, conta.

No baú da vovó. Como não é um homem rico, Cleidson Lima usa o que chama de “a estratégia mais divertida de todas” para incrementar o acervo: garimpar. As maiores preciosidades, diz, estão nos guarda-roupas das avós. “O cara sai de casa, a mãe não joga nada fora, fica tudo entulhado lá. Um dia essa mãe enche o saco e doa. Devo ter ganho uns 20 videogames de avós e mães, com caixa e manual”, conta.

Além de procurar em sites de leilão e vendas de garagem na Europa, no Japão e nos Estados Unidos, Cleidson diz que as doações ajudam a aumentar o acervo. Na verdade, foi assim que tudo começou. “Eu coleciono desde 2006. Comecei com uns dez. Os amigos iam jogar fora, me perguntavam se eu tinha aquele determinado console e me ofereciam”, lembra.

Livro à vista. A paixão pelos games também fez de Cleidson Lima um pesquisador. Ele prepara agora o “Almanaque do Videogame – O Guia do Colecionador”, que deve reunir imagens e informações sobre mais de 500 consoles em 42 anos de história dos games eletrônicos. “Nem para o meu mestrado em convergência digital eu estudei tanto quanto estou estudando para fazer o livro. A internet tem muita informação furada”, diz o pesquisador, que comprou vários dos aparelhos de que falará.

Flash

Mundo gamer. O Museu do Videogame é mais que uma exibição. Tem palco, simuladores de corrida, muitos videogames atuais, campeonatos de jogos e de cosplay, entre outras atividades.

Confira mais informações na página do museu no Facebook

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