A segunda-feira foi dia da ficha, finalmente, começar a cair para os jogadores do Sada Cruzeiro, mais novo time a conquistar o Mundial de Clubes. Depois de bater na trave no ano passado, 2013 não podia passar em branco na oportunidade de jogar dentro de casa e presentear a torcida com o maior campeonato intercontinental do planeta.
“Buscamos essa meta, e a missão está mais do que cumprida. Ser campeão do mundo não é fácil, enfrentamos equipes fortíssimas, e nosso trabalho merece ser valorizado. A turma deu um show e jogou muita bola”, destaca o levantador e capitão William, preferindo dar mais crédito aos companheiros do que à sua qualidade, fator tão fundamental para deixar os atacantes em posição privilegiada na hora de atacar. Na final, uma vitória incontestável sobre o Lokomotiv, da Rússia, mesmo time que chegou a vencer o Sada, no tie-break, na fase de classificação.
A merecida folga no primeiro dia após o título inédito para o vôlei brasileiro sofreu uma pequena pausa para que os envolvidos contassem tudo que sentem e pensam, sempre ao lado da desejada taça prateada. “Jogamos em um nível altíssimo e fomos bem no saque, bloqueio, na defesa e nas viradas de bola. Fizemos um jogo brilhante e estão todos de parabéns. Todas as conquistas são importantes, mas essa é especial”, comemora o técnico Marcelo Mendez.
Focado. O fato de ter chegado ao lugar mais alto do mundo como jogador de um clube não deixa a motivação e o compromisso do central Douglas Cordeiro caírem. A final teve um sabor especial para ele, que teve o papel de substituir o contundido Isac ainda no primeiro set. “Não posso falar que cheguei no auge. Normalmente, quando isso acontece, a pessoa acomoda e não quero nem pensar nessa possibilidade. Ainda tenho saúde e voleibol para desenvolver, buscar o meu melhor. Vou continuar buscando outros objetivos”, garante o central.
Assim como Cordeiro, o ponta Filipe também vivenciou uma experiência diferente no Mundial. Depois de sofrer uma lesão muscular, ele não pôde contribuir como gostaria nos primeiros jogos, ficando no banco de reservas e dando espaço para o venezuelano Luis Diaz. No último jogo da fase de classificação, além dos dois últimos jogos, Filipe recebeu mais tempo de quadra e correspondeu à altura. “Tive um apoio fundamental da minha família, que viu de perto tudo pelo que passei. O Marcelo e a parte técnica também merecem um agradecimento especial, pois me ajudaram muito. Tiveram cuidado e acreditaram no meu potencial. É uma conquista de todos, a única que faltava ao nosso time”, disse o ponta, que mostrou o já conhecido equilíbrio nos passes e a tradicional comemoração que levantou a torcida celeste em cada ponto da histórica vitória.