O painel que abriu o seminário “Conexões Profissionais: O Futuro do Trabalho entre Gerações”, realizado na tarde desta terça-feira (20), no Teatro Feluma, discutiu os desafios geracionais no mercado de trabalho e evidenciou maneiras de integrar pessoas com diferentes idades e vivências no cotidiano das organizações. Estiveram no painel “Entre Gerações: estratégias para um mercado mais diverso, preparado e competitivo” o presidente do sistema Fecomércio MG, Nadim Donato, o superintendente de recursos humanos na organização Verdemar, Leandro Souza Pinho, a diretora PI Brasil e vice-presidente da AcMinas, Eliane Ramos Vasconcellos Paes, o presidente da ABRH e CEO da Prime Talent, David Braga.
A editora do Mais Conteúdo O TEMPO, Queila Ariadne, mediou o debate. Ela destacou a “alegria de conseguir promover o seminário e o debate para além das quatro linhas de um jornal e de uma tela.” Queila abriu a roda de conversas perguntando aos painelistas qual deles tinha visto, nos últimos três dias, a plaquinha “contrata-se”, para exemplificar que, por mais que existam muitas vagas no mercado, nem sempre elas são preenchidas.
O presidente do sistema Fecomércio MG, Nadim Donato, analisa que, um desses motivos se deve ao pensamento das gerações com mais de 50 anos que acreditam que ainda não têm mais espaço no mercado. “Mas as pessoas precisam trabalhar, independentemente da idade, e são pessoas altamente produtivas”, afirma. Em relação à Geração Z, ele avalia que, muitos jovens querem o primeiro emprego com único objetivo de conseguir um salário. “Depois disso, ele busca por um trabalho que lhe traga mais realização. Por isso, acabam ficando pouco tempo em um emprego”, pontua.
Em relação aos feirões realizados por grandes empresas para tentar trazer funcionários para as organizações, o superintendente de recursos humanos na organização Verdemar, Leandro Souza Pinho, afirma que, no passado, as pessoas faziam fila para conseguir uma vaga de emprego, mas, hoje, as empresas vão até os bairros em busca de candidatos. “Hoje, os candidatos buscam empresas que tenham a ver com a vida deles, por mais básica que seja a função deles. As pessoas precisam ter possibilidade de como crescer, e isso é positivo para o mercado inteiro. Em uma empresa com diferentes gerações, nós convivemos com diversas competências”, aponta.
No painel, ainda foram discutidos os desafios enfrentados pelas organizações de promover um ambiente produtivo entre diferentes gerações. Diretora PI Brasil e vice-presidente da AcMinas, Eliane Ramos Vasconcellos Paes, brincou que ela é “uma geração Z da minha época.” “Abandonei minha carreira e fui empreender aos 20 e poucos anos”, começou. “Liderança é tocar o coração das pessoas, o problema não é da idade, e sim ter uma liderança inspiradora em qualquer idade que seja, uma liderança traz as pessoas para a tomada de decisão”, aponta. Ela destaca ainda que, em relação aos mais jovens, o mercado mudou em comparação com o passado. “É difícil o jovem entrar para o mercado de trabalho, porque não quer um emprego com salário mínimo que comprometa a saúde mental dele”, destaca.
Para o presidente da ABRH e CEO da Prime Talent, David Braga, é positivo enxergar um trabalho em que quatro gerações estão atuando concomitantemente e discutiu o papel da liderança nesse contexto. “Sou receoso de categorizar as pessoas por geração, para não colocar ninguém em uma caixinha, porque vemos diferentes atitudes entre gerações mais avançadas”, afirma. “A Geração Z está mais disposta a questionar, por isso, liderar está cada vez mais complexo, porque nem sempre as pessoas que estão na cadeira de liderança estão preparadas para tal, porque, para ser líder, você precisa saber tocar o outro e engajar pessoas enquanto elas ainda estão no emprego”, salienta.
No debate, os painelistas ainda debateram a importância da oferta de qualificação no mercado de trabalho e de possibilidades de aposentadorias para as futuras gerações.
O seminário
Criado a partir de um caderno especial da editoria Mais Conteúdo e de um levantamento inédito do instituto de pesquisa DATATEMPO e da Fecomércio-MG, o seminário “Conexões Profissionais: O Futuro do Trabalho entre Gerações” é o primeiro desenvolvido a partir de reportagens da editoria Mais Conteúdo. O seminário é o segundo desenvolvido por O TEMPO, que em 2024 reuniu o público no Mercado de Origem para debater as tendências da gastronomia mineira no encontro “O TEMPO Gastrô”. No futuro próximo, o público pode esperar novidades nos temas e formatos dos eventos de O TEMPO.