Por baixo da máscara, expressões que passaram a ficar escondidas desde o início da pandemia da Covid-19, em março de 2020. Mesmo com o enfraquecimento da transmissão da doença em diversos momentos e a possibilidade de não usar o item, muitos jovens não abandonaram a máscara, mesmo nos locais abertos. E o motivo não é por medo do vírus.

Essa questão que afeta muitas crianças e adolescentes tem relação com a autoestima. Crucial para evitar números ainda mais catastróficos ao longo da fase de isolamento sanitário, a máscara passou a ocupar outro lugar na vida de muitos adolescentes: esconder o rosto. 

A psicóloga Gabriela Siqueira reconhece que a vergonha fez muitos alunos, principalmente do sexto ao oitavo ano do ensino fundamental, manterem o uso da máscara por esse motivo: “Teve aluno que realmente ficou com vergonha e criou um bloqueio e até medo de ficar com o rosto limpo, com mais casos para essa faixa etária que está em transição hormonal mais acentuada”.

Preocupação com a imagem

Estudante do segundo ano do ensino médio, Isabel Diniz, 16, ficou preocupada com a imagem perante os colegas. “Eu pensava se meu rosto estava bom, às vezes ficava incomodada, e toda hora olhava pela câmera do celular”, revela. Gabriela dos Santos, da mesma idade, teve o mesmo receio da colega e conta que chegou a se sentir insegura: “Ficava me perguntando se tirava ou não, até que me acostumei. Mas ainda há muita gente na sala de aula que usa por medo de mostrar o rosto”.

LEIA MAIS:

Confira todas as reportagens da série especial da Mais Conteúdo sobre educação: "De volta às aulas: velhos e novos desafios"