A escolha do candidato da base aliada do senador Aécio Neves (PSDB) para a disputa do governo de Minas ainda está longe de uma definição. Embora muitos tucanos já estejam apontando o ex-prefeito de Belo Horizonte Pimenta da Veiga como o cabeça de chapa, o deputado federal e presidente do PSDB mineiro, Marcus Pestana, se movimenta em direção à vaga.
Foi realizado ontem, em Belo Horizonte, um encontro de lideranças do PSDB, que contou com 120 prefeitos, mas 200 cidades mineiras estiveram representadas – ex-prefeitos, vice-prefeitos e vereadores também foram ao evento. Todos eles foram unânimes na convocação de Pestana para a disputa da sucessão do governador Antonio Anastasia.
O discurso das lideranças tucanas, marcado por elogios ao deputado federal, aponta para uma preocupação. Elas temem ter como candidato alguém que não esteja perto das prefeituras e não conheça bem as dificuldades das gestões municipais. Há ainda uma segunda preocupação: os tucanos do interior consideram o ministro de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior e ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), como um adversário muito forte. Eles lembram que Pimentel terá apoio da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O vice-prefeito de Teófilo Otoni, Doutor Ilter, fez um discurso inflamado em favor da candidatura de Pestana. “Essa eleição não será fácil, não é brinquedo. Tenho certeza de que Aécio Neves está de olho. Temos que manifestar o nosso desejo. Queremos Marcus Pestana candidato a governador.”
No mesmo sentido falou a prefeita de Almenara, Fabiany Ferraz, lembrando os R$ 20 milhões de investimentos que, segundo ela, Pestana garantiu para a sua cidade.
O secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge, que foi adjunto de Pestana, também se pronunciou de forma inflamada. Ele disse que não conhece hoje “uma liderança mais afinada com os municípios e capaz de dar continuidade ao projeto que teve início na gestão de Aécio Neves”.
A maioria dos prefeitos destacou o perfil de Marcus Pestana e o associou a personalidades políticas, como Juscelino Kubitschek e Milton Campos. Também fizeram questão de destacar o risco de “retrocesso” com a possibilidade de uma derrota do “projeto que hoje está em curso no Estado”.
Entretanto, os tucanos fizeram questão de destacar que a escolha do candidato deverá ser feita pelo senador Aécio Neves e que a candidatura dele à Presidência é prioridade.
Público
Presença. As lideranças tucanas afirmaram que o número de participantes no encontro de ontem poderia ter sido maior. Segundo elas, problemas nas estradas impediram a chegada de muitos.