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Em Belo Horizonte, Guide Investimentos tem um dos principais mercados
Omar Camargo Neto, head de wealth management (responsável pela gestão de alta renda) da Guide Investimentos, contou que o mineiro é um investidor bastante detalhista.
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A Guide Investimentos, que tem escritório em Belo Horizonte, realizou evento na capital mineira com especialistas para discutir o cenário econômico e político atual e as oportunidades de investimentos.
Omar Camargo Neto, head de wealth management (responsável pela gestão de alta renda) da Guide Investimentos, contou que o mineiro é um investidor bastante detalhista.
“O mineiro pauta seus investimentos na base de muita confiança, tem por natureza um conservadorismo adicional se comparado a outras praças como São Paulo e Rio de Janeiro. Isso é supersalutar até pelo processo, porque a gente vem de um momento macroeconômico muito favorável para a renda fixa”, explicou.
Camargo contou ainda que o tipo de investimento que o mineiro mais tem preferido é a renda fixa.
“São investimentos mais seguros e de alto rendimento, ainda temos taxas de juros muito altas no Brasil. São investimentos mais tradicionais do mercado, obviamente, com nuances que a gente consegue trazer de rentabilidade maiores que a média do mercado dos grandes bancos”, comparou.
Camargo disse que Belo Horizonte é uma praça extremamente importante.
“Foi uma das primeiras operações da Guide, feita no final de 2013, e Belo Horizonte foi a segunda praça neste movimento de consolidação. Temos uma clientela muito tradicional aqui. São clientes com perfil de renda mais alta”, contou Camargo, que tem um time de 12 pessoas para o atendimento aos clientes em Belo Horizonte.
Entrevista com Flávia Krauspenhar - sócia-fundadora da Capitânia Investimentos
Inflação em alta no globo por conta de pandemia e dinheiro circulante gera alta de juros, o que vai trazer recessão – como você explicou na palestra. Nesse ambiente, o que o investidor brasileiro deve fazer para não perder capital num momento de tanta volatilidade?
Quando a gente tem um momento de inflação alta, geralmente sucede um momento de juros altos. O mais interessante para o investidor hoje é aproveitar os juros altos e ter um bom pedaço dos seus investimentos na renda fixa.
Para diversificar a carteira, o que o investidor deve fazer?
Para diversificar, o investidor deve colocar um pedaço na renda fixa; a inflação se mostra interessante no longo prazo para compor uma carteira. Fundos imobiliários são um instrumento pouco utilizado ainda pelos investidores, mas é um instrumento que veio para ficar e está ganhando tração. A aplicação em fundos imobiliários já está com bastante CPFs, por volta de 1,6 milhão de CPFs investindo em fundos imobiliários. E ele consegue oferecer bons rendimentos mensais (dividendos mensais) e um risco que não é tão alto quanto a Bolsa de Valores. Apesar de ser uma renda variável, a oscilação que os fundos imobiliários tem anualizada é em torno de 6% (que é medida por volatilidade), enquanto a volatilidade do mercado acionário é em torno de 20%. Então, ter um pedaço mais agressivo, um pouco mais arriscado, da sua carteira em fundo imobiliário é muito interessante, principalmente agora, num momento em que, no Brasil, a gente já fez a lição de casa, já subiu os juros. Os fundos imobiliários funcionam bem num ambiente de possível início de queda dos juros, o que deve acontecer no segundo, terceiro trimestre do ano que vem.
O que o brasileiro pode esperar daqui pra frente em relação a investimento e cenário? É uma inflação ainda resistente para o próximo governo? Dá para pensar em juros mais baixos? Ou a gente vai continuar nesse ambiente volátil?
É um momento bastante interessante para o investidor que há muito tempo não via uma taxa de juros nesse nível, lembrando que tivemos uma taxa de juros de 2% na pandemia. E a inflação tem um atraso em relação a subidas de juros, em torno de 12 a 18 meses. Então, agora estamos olhando o reflexo de juros de setembro do ano passado em torno de 7%. Então, não estamos vendo reflexo na economia de juros, agora a 13,75%. Demora um pouco a ter esses juros mais altos segurando a atividade econômica. E o governo está colocando incentivos. Esses incentivos – tanto da gasolina, que acaba colocando mais dinheiro na praça, quanto o auxílio emergencial – colocam mais dinheiro na praça e são uma pressão inflacionária também.
O mercado já precificou os dois candidatos à Presidência da República, não é? O mercado já conhece os dois.
Quem manda no país é o centrão, a verdade é essa. O centrão vai continuar muito firme tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, colocando a presença deles de maneira estratégica. Então, ele tem que fazer parte de qualquer um dos dois governos.
E essa inflação em alta no mundo inteiro vai afugentar investimentos estrangeiros em infraestrutura, em obras no país e até mesmo no mercado de capitais?
A gente tem visto um movimento dos investidores estrangeiros vindo para o Brasil. A gente tem quase R$ 80 bilhões que já vieram de investimento estrangeiro neste ano versus R$ 40 bilhões do ano passado, sendo que a gente ainda está em setembro. O mês de agosto, que foi um mês horrível para as Bolsas lá fora, foi um mês muito bom para o Brasil, e grande parte dessa sustentação é do investidor estrangeiro. O investidor estrangeiro ficou fora da Bolsa brasileira por muito tempo. Ele voltou um pouco no ano passado e muito mais forte neste ano. O investidor não vê tanta diferença dos dois governos. Ele está vindo porque as empresas estão extremamente atrativas.
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