Tudo começou com dona Maria Dirce, em 1991, que fazia pães de queijo e broinhas num pequeno galpão ao lado de sua casa – a Maricota Alimentos, em Luz – para atender as cinco lojas da família em Belo Horizonte. Dois anos depois, as lojas foram vendidas e, com o capital, os filhos de Dirce investiram na modernização de equipamentos na fábrica.

O nome Maricota foi uma homenagem a como a avó, dona Maria, era conhecida pelas quitandas famosas que fazia na região. “Fomos comprando as casas próximas e hoje são 30 mil metros quadrados de terreno e 9.000 m² de área construída em Luz”, conta o diretor comercial da Maricota Alimentos, Ronaldo Evelande, 48, um dos filhos da fundadora.

Da produção inicial e artesanal de 1.000 kg de pão de queijo por mês, a Maricota tem atualmente 70 produtos no portfólio – entre pão de queijo, salgados, pizza e pratos prontos – com 16 mil toneladas por ano sendo 11,4 mil toneladas por ano só de pão de queijo. A diversificação aconteceu por conta da demanda de mercado. “A produção e a venda crescem, em média, de 12% a 15% ao ano”, calcula Evelande.

Exportação. Do volume produzido, 4% é direcionado à exportação para 17 países e 21 distribuidoras. Esse número vai aumentar porque a empresa marca presença em 15 eventos anuais pelo mundo. O objetivo é estar em 30 países e 50 distribuidoras até 2020. “Temos dez projetos que ainda não foram realizados. Tem a Alemanha, em reta final, Panamá, Uruguai e outros em processo de registro, como o Chile. Esses embarques acontecem neste ano”, garante Evelande.

No mercado norte-americano, maior consumidor da marca mineira fora do Brasil, três distribuidoras importam, e mais uma empresa vai fechar contrato. “Para a Arábia Saudita, fechamos no final do ano passado. Exportamos também para Dubai, que distribui para outros países”, conta o administrador de empresas sobre o Oriente Médio. Para a África, a exportação é da linha completa. Lá é um sucesso a pizza, a lasanha e o salgadinho”, comemora.

Para outros países, são 30 contêineres por ano que são embarcados com 25 toneladas cada um. O pão de queijo é o carro-chefe da marca. “O diferencial para ganhar mercado é que temos várias formulações (de pão de queijo) como linha premium, normal, e outra mais barata”.

Contratações e expansão. Com 450 funcionários e um faturamento de R$ 128 milhões em 2016, a fábrica da Maricota passa por ampliação para a área de empanados, espetinho e filezinho. Foram investidos R$ 2,5 milhões. “Vamos aumentar em 3.000 toneladas por ano de uma linha que quase não existe na fábrica”, informa.

Com estrutura maior, as contratações também virão. “Vamos contratar 60 pessoas para a linha nova em outubro deste ano”, afirma.

Com um mercado constante no Nordeste do país, a Maricota já iniciou a instalação de uma segunda unidade em Itaporanga D’Ajuda, na região metropolitana de Aracaju, em Sergipe. O investimento é de R$ 10 milhões, e a fábrica fica pronta em 2019. “Começamos a obra no final do ano passado. Atendemos vários clientes no Nordeste, a logística pesa muito no custo. A distância é longa, reduzimos o custo para ficarmos mais competitivos e com a marca mais conhecida no Nordeste”, explica o executivo. Pelo visto, os mais de 10 mil pontos de venda no mundo da Maricota devem aumentar bastante. 

 

Marca própria

País. A Maricota faz marcas próprias para 13 grandes redes. “Na Inglaterra, representa 50% dos produtos; aqui, a marca própria engatinha com 8% dos produtos das grandes redes”, compara Evelande. 

 

FOTO: Editoria de Arte/ O TEMPO
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Fábrica na cidade mineira de Luz começou num pequeno galpão, ao lado da casa da família