O vôlei com conhecimento e independência jornalística
A imprecisão é a responsável pela descoberta da mentira.
Uma jaca no dicionário do vôlei seria uma bola levantada e praticamente impossível de ser atacada pelo ponteiro ou oposto.
Foi o que Alan recebeu de Bruno no ponto que decidiu o primeiro set a favor da Polônia na partida que finalmente marcou a despedida do Brasil da VNL.
E uma pequena imprecisão algumas vezes economiza toneladas de explicações.
Como Maique pode ser banco de Thales?
E Abouba, o melhor oposto, ficar fora da relação final?
Qual critério para levar Felipe Roque?
Quem explica Flávio como titular?
O que fizeram com Leal?
Por que Bruno resiste?
E Lucão?
Não por acaso os dois últimos terminaram a VNL no banco. Não fizeram a diferença contra a Polônia.
Não fazem mais.
O drama para o vôlei brasileiro é que, segundo consta, Bruno e Lucão continuam prestigiados politicamente e dando as cartas nos bastidores da seleção com o aval da CBV, Renan Dal Zotto e seus asseclas.
Ambos são considerados intocáveis.
Não dá para negar os serviços prestados dos dois em questão, mas tudo tem começo, meio e fim.
Passado.
E passado bom a gente embrulha e coloca até laço para se tornar sempre presente.
Foi.
É verdade que Bruno e Lucão não são os únicos responsáveis pelos fracassos constantes da seleção, mas a conta passa necessariamente pelas mãos, escolhas e atitudes deles.
O egoísmo de uma geração que não larga o osso e briga contra a aposentadoria.
Esse é um Brasil que não dá certo.
Não vai dar certo.
A comissão técnica é completamente ultrapassada formada por gente que se esconde debaixo do guarda-chuva ou nunca ganhou nada no clube.
Fato.
O dublê usa a seleção para favorecer o time na Superliga com promessas de convocação e a CBV, acompanha, vê e faz vista grossa.
Moral zero.
É preciso ter cuidado com os compromissos que assume. Ter o rabo-preso só não será um problema muito grande se você tiver nascido lagartixa.
Tudo tem limites, até o limite dado.
Jorge Bichara, diretor da entidade, é educado, tem boa vontade, mas precisa agir com rigor. Não dá para aceitar esse tipo de movimento fora de quadra.
A tentativa natural de renovação, algo que a Itália dá exemplo e resultado, está travada.
Não anda e não vai andar.
Primeiro porque falta material humano, segundo porque as escolhas foram erradas e terceiro porque não existe planejamento da CBV que matou as divisões de base pela ganância da gestão de Radamés Lattari.
E a ambição, se não controlada, vira ganância.
O recente sexto lugar no mundial sub-21 entra no contexto.
Mas também, dá para imaginar a motivação dos meninos sabendo como funciona o Senado.
Não existe critério.
A seleção masculina, não é de hoje, é um barco que navega sobre um mar de mentiras. E quando esse barco afunda você se afoga em toda realidade.
Dizem que não há burrice maior que uma teimosia bem fundamentada.
Faz sentido.
No caso da seleção masculina, o que espanta não é a burrice congênita e sim a burrice adquirida.
E ponto da Rússia.