LUIZ TITO

Acabaram as Olimpíadas

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2016 | 03:00
 
 

Acabaram as Olimpíadas e, com elas, um natural descaso com os demais assuntos que habitam nosso dia a dia. Desde o último 5 de agosto, por opção pelo gosto e pelo mais agradável, o Brasil esteve com seu foco nas disputas olímpicas. Ou fazendo de contas que esteve. É certo e, por isso, natural, que nos ocupássemos daquelas que mais mexem com nossa alma de torcedores, mas o que vimos foi algo mais do que isso: além do futebol, é claro, com a encomenda popular de desforra do histórico 7x1, felizmente exitosa, também fizeram sucesso o vôlei, o boxe, a vela, o judô e a canoagem, essas duas últimas revelando a determinação dos atletas brasileiros vencedores, que conjugaram seu treinamento com a necessidade real de superar suas dificuldades vividas no cotidiano.

São pessoas comuns, dessas que andam de ônibus, enfrentam filas, têm filhos nas escolas públicas e nas macas dos postos de saúde. Se nos decepcionamos nas expectativas de mais medalhas, o mesmo não pode ser capitalizado no conjunto da ópera, porque a festa foi muito bonita e assim vista pelo mundo. Demos um bom recado em tudo, da organização e resultados obtidos à segurança, desmascaramos nadadores norte-americanos, que queriam curtir com nossa pecha de povo chinfrim, que assalta em banheiro de posto de gasolina.

Mandamos bem no geral, pelo menos nesses dias de Olimpíadas.

Outra conquista que deveríamos comemorar é a de termos ficado livres do escárnio e do desprezo com o minimamente sério; realcemos que fugiram do noticiário figuras nojentas, como, por exemplo, a do deputado Eduardo Cunha, ao lado de uma dezena de outros, mais ou menos do mesmo jaez. Esse é um lucro a ser contabilizado, mal ou bem, mas serviu para nos aliviar como cidadãos.

Não se falou de Cunha, pouco ou nada de Dilma, a não ser de sua determinação de ir ao Senado para se defender. Ledo engano mais esse da ‘presidenta’, porque assim ficará definitivamente registrado para a imprudência de sua excelência gerou, com suas falas, situações que a tornaram indefensável. Poucas vezes alguém alcançou recordes tão inquestionáveis de intolerância e resistência pela forma como defendeu seus temas. Dilma, falando, sempre foi um horror e, assim, tornou-se uma marca. Diferente de Lula, que convencia ou no mínimo bem enrolava, naquela fase em que se achava, ainda não tão atingido pela campanha da operação Lava Jato.

O certo é que, fixados e ocupados das Olimpíadas, teremos delas bons legados. Hoje é segunda-feira e já é Agosto; voltemos ao trabalho.