O Estado não tem competência gerencial, talvez por nunca ter conseguido filtrar a ação predadora de arranjos políticos que quase sempre resultaram na mescla do interesse público com o privado. Mas vendê-las simplesmente para resolver carências mais imediatas de caixa também não é solução. Um caso clássico é das desejadíssimas vendas da Taesa e da Codemig.
A Taesa é um filé; vendê-la é uma questão de estalar de dedos, mas que seja pelo que vale, e não pelo que querem pagar. Quanto à Codemig, o MPMG estava trabalhando com lupa, isso nos idos de 2016, na análise do contrato celebrado pelo Estado por meio do qual Minas hoje ainda recebe 25% do lucro da mineração do nióbio, apurado pela CBMM.
Mas quem fiscaliza esse contrato, a apuração desse valor que é o suposto lucro, resultado da exploração? Por que o percentual não é sobre o faturamento? E a questão da equiparação, da simetria entre o que se retira da reserva de propriedade da Codemig e da CBMM para apuração desse quantum a ser processado e vendido ao mercado? Quer dizer: se se desgasta 1 tonelada da mina, deviam ser 500 kg retirados de cada lado. Se confirmada a suspeita de que se retirou muito mais da parte da Codemig, quer dizer, mais dos mineiros do que da CBMM, onde está essa avaliação e quem a fez? Quando? Onde ela está formalizada? E quem cobrará a diferença?