Greve

Alckmin diz que vai manter demissões de funcionários do Metrô

Segundo o governador, metroviários não foram exonerados apenas por causa da paralisação, mas também 'em razão de outros fatos'; a três dias da Copa, secretário-geral da Fifa admite estar preocupado com a situação

Por Da redação
Publicado em 09 de junho de 2014 | 18:39
 
 
Governador afirmou que funcionários foram exonerados não só pela greve HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO – 5.5.2013

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (9) que a administração estadual não irá retroagir na demissão de 61 metroviários em greve. De acordo com o tucano, eles não foram exonerados apenas por causa da paralisação, mas também "em razão de outros fatos".
A afirmação, dada à imprensa em evento no Palácio dos Bandeirantes, é uma resposta à tentativa do sindicato dos metroviários de negociar os cargos dos funcionários demitidos.

Durante reunião com representantes do governo no TRT, na tarde desta segunda, sindicalistas propuseram retroceder as exonerações e também que não fossem descontados os dias parados para pôr fim à greve, que já dura cinco dias.

O governador afirmou ainda que o Executivo estadual não fará novas demissões em relação aos metroviários que voltarem ao trabalho. "O governo não fará novas demissões para aqueles que voltarem ao trabalho. À medida que a greve foi declarada abusiva, se as pessoas não voltarem a trabalhar, o metrô não pode funcionar. E eles precisam ser desligados, por justa causa", disse. "Os demitidos não foram [exonerados] só em razão da greve, foram em razão de outros fatos", acrescentou.

Ele não explicou quais seriam esses outros fatos. Segundo auxiliares de Alckmin, as demissões levaram em conta também histórico de vandalismo e violência desses funcionários. O governador disse ainda que, quanto ao reajuste dos metroviários, "não tem mais o que se discutir". "Já houve dissídio e é um reajuste bem acima da inflação. Com ganho real de 3,5% acima da inflação", destacou.

Problema tem que ser resolvido, diz Valcke

Também nesta segunda-feira, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, contrariou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e disse que não existe um "plano B" para a questão do transporte em São Paulo. O dirigente admitiu estar preocupado com a greve dos metroviários, que tem prejudicado o trânsito paulistano, a três dias do jogo de abertura do Mundial na cidade.

"Não existe plano B sobre transporte para o Itaquerão no dia da abertura. Apostamos no transporte público e essa questão tem que ser resolvida", disse o francês. A cobrança de Valcke vai contra o discurso amenizado adotado por Rebelo na última quinta-feira (5). Na ocasião, o ministro disse que exista um plano alternativo que seria posto em prática caso a greve continuasse.

Já o presidente eleito da CBF, Marco Polo del Nero, classificou a paralisação como "probleminha" e afirmou que o torcedor poderia ir ao estádio de carro, contrariando orientação da Fifa para que o público se locomova até a arena usando transporte público.

"Há situações em que não podemos interferir. Essa não é nossa responsabilidade, mas sim da União", completou Valcke, sobre a greve.