Confronto

Após mortes, PM do Paraná diz que não tolerará 'retaliação' do MST

Segundo a corporação, a emboscada foi sofrida pelos oito policiais, que teriam sido cercados por mais de 40 sem-terra

Por FOLHAPRESS
Publicado em 07 de abril de 2016 | 22:08
 
 

O tenente-coronel Washington Lee Abe, comandante do 5º Comando Regional Militar do Paraná, disse na noite desta quinta-feira (7) que a polícia não vai aceitar qualquer tipo de retaliação por parte do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) após o confronto que deixou dois sem-terra mortos em Quedas do Iguaçu (PR).

Segundo o tenente-coronel, a polícia diz ter informação de que o MST pretende sitiar a cidade, de 33 mil habitantes. "Só pedimos aos inocentes que se encontram lá nesse movimento que se intitula movimento social, que se afastem. A Policia Militar do Paraná não vai se curvar, não vai tolerar nenhum tipo de represália, não vai tolerar nenhum tipo de infração às leis, nós estamos lá exatamente para manter a lei e a ordem", destacou.

A assessoria de imprensa do MST local nega, afirma que o grupo está de luto e que os assentados fazem reuniões para decidir o que fazer, mas não há manifestações planejadas. O governador Beto Richa (PSDB) mandou reforçar o policiamento na cidade e equipes de todo o Estado foram deslocadas para o local.

O oficial também rebateu as acusações do MST de que foram eles as vítimas de uma emboscada. Segundo ele, apenas oito policias estavam no local e havia mais de 40 sem-terra - mais cedo, nota oficial da Secretaria da Segurança informou que eram cerca de 20 sem-terra.

"Aí eu pergunto: você faz uma emboscada com oito homens ou com 40 homens? Então nós podemos ver quem é que fez emboscada para quem", afirmou. Questionado sobre a razão de policiais da Rotam terem sido acionados para ajudar a combater um incêndio, Lee Abe afirmou que eles foram dar "apoio" à polícia ambiental.

O assessor especial para Assuntos Fundiários do Governo Paraná, Hamilton Luiz Serighelli, viajou para Quedas do Iguaçu para acompanhar a situação. Ele disse lamentar o fato e que não é hora de "ânimos acirrados". "Lamentavelmente aconteceu o que nós estávamos tentando evitar", disse.