SÃO PAULO - A polícia paulista conseguiu prender um vendedor de 27 anos acusado do assassinato de Sabrina Bianca de Castilho, de 12 anos. O suspeito afirma que a menina foi vítima de morte acidental, mas a polícia descarta a hipótese e a Justiça decretou a prisão temporária do vendedor.
O corpo de Sabrina foi encontrao na quarta-feira, dentro de uma caixa de TV de 27 polegadas deixada na Praça Nirvana, na Vila Maria, zona norte da capital paulista. A vítima estava enrolada em um lençol e apresentava sinais de estrangulamento.
Ela estava desaparecida desde a manhã de segunda-feira, quando saiu de casa para buscar uma revista. O acusado pelo assassinato mora a cerca de 200 metros da residência da estudante, também na Vila Mariam, e a polícia desconfia de que o crime tenha motivação sexual.
O vendedor, que luta jiu-jitsu, foi preso graças à etiqueta da loja onde comprou sua televisão. A etiqueta do estabelecimento ainda estava grudada na caixa onde estava o corpo da estudante.
Segundo o delegado Marcos Carneiro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a caixa com a adolescente foi achada por moradores do entorno da praça.
À polícia, o suspeito contou que a morte de Sabrina foi acidental. Em depoimento, ele disse que havia saído para comprar cigarros e, quando voltou para casa, flagrou a estudante tentando furtar um aparelho de DVD.
"Ele disse que tentou imobilizá-la com uma gravata e ela caiu morta. Enrolou o corpo dela em um lençol e deixou atrás de um sofá", disse o delegado.
Segundo a versão do acusado, os pais dele não viram o corpo e só souberam do ocorrido na terça-feira. O vendedor teve a ajuda do pai, de 50 anos, para colocar o cadáver na caixa.
Na madrugada de quarta-feira, eles levaram o corpo em um carrinho-de-mão até a praça. Segundo o delegado, o perfil da adolescente não condiz com o que o assassino contou.
"A versão de que a adolescente é uma criminosa caiu por terra", afirmou o delegado.
O vendedor foi indiciado por homicídio e foi decretada sua prisão temporária por 15 dias.
"Ainda está sendo investigada a participação do pai no crime e se ele ajudou na ocultação de cadáver", ressaltou o policial.
A polícia pediu exames para determinar se Sabrina foi violentada. O laudo deve ficar pronto em 30 dias. O pai da adolescente, de, classificou o crime como "torpe" e pediu mudanças na lei para que as penas sejam mais rigorosas.