Eleições 2022

Posse de Moraes vai reunir Lula, Bolsonaro, Dilma, Temer e outros adversários

Outrora visto como uma mera cerimônia formal, o evento desta terça é muito aguardado porque vai reunir os principais concorrentes ao Palácio do Planalto nas eleições que ocorrem em 2 de outubro

Por Renato Alves
Publicado em 16 de agosto de 2022 | 09:56
 
 
Alexandre de Moraes é eleito para presidir o TSE Foto: TSE

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes assume, em cerimônia marcada para começar às 19h desta terça-feira (16), a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele substitui Edson Fachin, também ministro do STF. Ricardo Lewandowski assume a vice-presidência do TSE.

A composição do TSE é formada por, no mínimo, sete ministros titulares. Desse total, três são provenientes do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois são juristas advindos da advocacia.

Outrora visto como uma mera cerimônia formal, o evento desta terça é muito aguardado porque vai reunir os principais concorrentes ao Palácio do Planalto nas eleições que ocorrem em 2 de outubro, além de ter frente a frente e ao lado Alexandre de Moraes e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem atacando publicamente o ministro.

Bolsonaro acusa Moraes de parcialidade e incita apoiadores em uma cruzada contra ministros do TSE e do STF. Alguns, inclusive, pedem o fechamento das Cortes e até prisão dos seus integrantes. Sem apresentar qualquer prova de irregularidade, muito menos crime, a militância bolsonarista é alimentada com muita fake news, disseminada em discursos oficiais e nas redes sociais. 

O combate à desinformação, aliás, tem sido o maior objetivo de Moraes, tanto no STF quanto no TSE, onde já atua como ministro. Entre outras coisas, ele decidiu pela cassação e prisão de parlamentares bolsonaristas que divulgaram notícias falsas sobre a urna eletrônica e as instituições, bloqueou as redes sociais do PCO por ataques à Corte e suspendeu o aplicativo Telegram no país após o mesmo negar a colaboração com a Justiça.

Durante o julgamento do pedido de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, acusado por disparo de mensagens em massa nas redes sociais durante a campanha de 2018, Moraes afirmou que “se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado e as pessoas que assim fizerem irão para a cadeia”.

Ex-presidentes também confirmaram presença

Entre os 2 mil convidados, além de Bolsonaro, confirmaram presença na cerimônia desta terça o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os também presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

Também estarão presentes os ex-presidentes José Sarney (MDB), Fernando Collor (PTB), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Dilma sofreu o impeachment em 2016, sendo substituída na Presidência da República por Temer, acusado de “golpista” pela petista e militância.

Este será o primeiro encontro de Dilma com Temer desde o impeachment. Nos últimos seis anos, os dois nunca se falaram, a não ser em discussões públicas, por meio da imprensa e das redes sociais, nas quais Dilma rebateu falas de Temer sobre ela e vice-versa.

Todos os ministros do STF também confirmaram presença na posse de Alexandre de Moraes.

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