eleições 2022

TSE retoma julgamento que pode cassar o senador Jorge Seif, aliado de Bolsonaro

Ex-ministro da Pesca é acusado de se beneficiar com uso de aeronaves, funcionários e estruturas das lojas da rede Havan, de Luciano Hang

Por Renato Alves
Publicado em 16 de abril de 2024 | 07:59
 
 
O senador Jorge Seif (PL-SC) é acusado de abuso de poder econômico na campanha de 2022 Foto: Pedro França/Agência Senado

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma, nesta terça-feira (16), o julgamento que pode levar à cassação do mandato e à inelegibilidade do senador Jorge Seif (PL-SC) por abuso de poder econômico na campanha de 2022.

Ex-secretário da Pesca de Jair Bolsonaro (PL), Seif teria se beneficiado com o uso de estruturas físicas e de pessoal de empresas catarinenses. Ele teve o apoio declarado de Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, para eleição.

Entre outras coisas, teria usado a frota aérea da Havan para se deslocar pelo Estado em sua campanha. Hang ainda teria mobilizado a equipe de funcionários e a estrutura da empresa para alavancar a candidatura de Seif.

Além de Hang, a ação cita Almir Manoel Atanázio, presidente do Sindicato das Indústrias Calçadistas de São João Batista, cidade a 70km de Florianópolis. Este também teria mobilizado trabalhadores para fazer campanha para Seif.

O TSE julga um recurso apresentado pela coligação formada pelo PSD, União Brasil e Patriota, que teve como candidato ao Senado o ex-governador Raimundo Colombo (PSD).

Seif foi eleito com 1,48 milhão de votos (39,79% dos votos válidos de Santa Catarina) e mais do que a soma das votações do segundo colocado, Colombo (608 mil) e do terceiro, o ex-senador Dário Berger (605 mil).

Caso a ação seja julgada procedente, haverá novas eleições para repor a vaga do senador no estado.

O julgamento começou em 4 de abril, com a leitura do voto de Floriano de Azevedo Marques, relator do caso. Mas ele não concluiu o voto. Sete ministros participam do julgamento. 

Em novembro, o senador bolsonarista foi absolvido por unanimidade, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), que concluiu não haver provas suficientes para caracterizar o abuso de poder econômico.