“Esse vai ser o maior Carnaval de BH... Pra quem vem. Não para quem faz”. Foi assim que o Baile da Bôta, festa de música eletrônica que existe há quase cinco anos em Belo Horizonte, anunciou que não vai realizar sua festa de rua em 2024. Segundo Bruna Brandão, de 31 anos, umas das organizadoras do bloco, faltou apoio financeiro direto, houve dificuldade de licenciamento e até indisponibilidade de banheiros. Assim como a Bôta, a festa Masterplano e o bloco Faraó também não vão sair neste ano por dificuldades financeiras. Enquanto alguns grupos cancelaram sua participação no Carnaval por não ter verba, outros buscaram patrocínio via leis de incentivo e tentam, a duras penas, financiar o cortejo por meio de vaquinhas online. Colocar um bloco na rua na capital mineira pode custar até R$ 300 mil no caso daqueles de grande porte, que atraem centenas de milhares de pessoas, como conta Heleno Augusto Campos, de 40 anos, vocalista e organizador dos blocos Raga Mofe e Havayanas Usadas.
Só o Raga Mofe, um bloco de bairro, que atualmente sai no Caiçara e atrai cerca de 5 mil foliões, custa entre R$ 10 mil e R$ 15 mil para o grupo. Neste ano, eles não conseguiram patrocínio da Belotur e buscam doações online. Dos R$ 10 mil pretendidos, apenas R$ 1.360 foram arrecadados a quatro dias da festa. Segundo Campos, este é o segundo ano que o grupo não consegue aprovação em um edital de subvenção. “No outro ano, o custo do bloco foi pago com recursos próprios”, revela o músico.
Heleno explica que, normalmente, um mini trio, como o utilizado pelo Raga Mofe, pode custar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil o aluguel. Mas fora isso, o grupo ainda precisa complementar a aparelhagem de som, o que custaria mais uns R$ 3 mil. O bloco ainda gasta com os coletes para os ‘cordeiros’, trabalhadores que ficam na corda em volta do carro para delimitar a área de segurança. Voluntários, amigos dos bloco, são convocados para esta função.
Além da campanha de financiamento no ar, o grupo estuda a possibilidade de pegar um trio emprestado e está tirando dinheiro dos shows da banda para conseguir viabilizar o desfile a tempo. “A gente trabalha muitas horas e não é remunerado. Ensaia muito, estuda e se prepara… Faz editais, são muitas horas. Carnaval, como muitos anos, sempre foi sacrifício”, diz Heleno.
No caso do Havayanas Usadas, que atraiu cerca de 300 mil pessoas no último Carnaval, até 400 pessoas podem estar envolvidas para colocar o bloco na rua, conta Heleno. Segundo ele, o cortejo envolve o trabalho de profissionais que vão desde o designer gráfico e social media até à cenografia, segurança e roadies no trio. Os gastos ainda envolvem figurinos e alimentação da banda. “Só o aluguel de um trio grande é R$ 40 mil, mais cerca de R$ 10 mil de equipamentos de som”, detalha.
Neste ano, o Havayanas Usadas conseguiu o patrocínio de R$ 250 mil da Ambev por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, mas o montante paga apenas parcialmente o desfile. “O dinheiro não caiu até agora, mas todo o trâmite está sendo feito. Ano passado, o dinheiro caiu depois do Carnaval. Este ano a gente espera que o dinheiro não chegue depois”, lembra Heleno, esclarecendo que tudo fica muito mais caro quando os contratos são fechados em cima da hora.
O organizador do Havayanas destaca que o Carnaval de BH já virou o maior evento do Estado e que precisa ser gerido de forma mais profissional. Ele lamenta que nem os músicos conseguem se pagar e que existe uma dificuldade enorme até para encontrar locais adequados para os ensaios. “O Carnaval precisa ser pensado como uma coisa grande. É uma máquina de gerar cultura e economia o ano inteiro”, afirma.
Desfile de 2020 do Bloco da Bicicletinha. Foto: Facebook/Reprodução
Dez anos de bloco e perrengue
Completando dez anos no Carnaval de BH em 2024, o Bloco da Bicicletinha também enfrenta dificuldades para desfilar. O cortejo está marcado para a próxima quinta-feira (8/2). Um dos organizadores do grupo, João Carlos Cursino, de 39 anos, conhecido como Joca, explica que, desde a pandemia, o material de som, que é levado nas bikes, ficou parado, levando à perda das baterias. “É em torno de R$ 10 mil o custo mínimo para colocar o bloco na rua, comprar iluminação, alegoria, pagar o pessoal do bloco, uniformizar, fornecer alimentação para eles. É sempre uma luta”, conta Joca.
Recentemente, eles conseguiram o patrocínio de R$ 65.211,60 do Guaraná Antártica, mas o dinheiro ainda não caiu; está programado para esta semana. “40% desse valor é só administrativo exigido por lei, 10% de mídia e o 50% restante é para montar as duas bicicletas com sistema de som”, esclarece Joca.
O organizador do bloco explica que o patrocinador não autorizou a compra direta das bicicletas sonorizadas, logo, eles estão montando as bikes do zero, na própria garagem, ao custo de cerca de R$ 10 mil cada.
Joca explica que o grupo gasta cerca de R$ 5 mil só com o esquema de segurança. Eles contratam, treinam, dão uniformes e lanches para pessoas da comunidade ciclística ficarem responsáveis por puxar e fechar o bloco, para que o grupo flua sem desvios ou cause problemas ao trânsito da cidade. Além disso, como são muitas pessoas pedalando juntas, é comum que as bicicletas acabem se esbarrando e alegorias e iluminações se percam de um ano para o outro; necessitando novos investimentos.
O bloco, que começou em 2014 com 30 amigos saindo fantasiados de bicicleta pelas ruas de BH, tem expectativa de atrair 5 mil ciclistas neste ano. Serão 13 quilômetros de percurso, saindo da praça da Bandeira, na região Centro-Sul em BH, até o encerramento debaixo do viaduto Santa Tereza, na região Leste. “Em 2023, fizemos uma campanha e juntamos R$ 10 mil. Houve investimentos internos de oitos pessoas, cada um com R$ 1 mil, totalizando uns R$ 18 mil”, explica Joca.
Neste ano, a meta era arrecadar novamente R$ 10 mil em doações em Pix, mas segundo Joca está bem mais difícil bater a meta. “A vaquinha já conseguiu chegar a uns 45%. Mas a gente sabe que a última semana é decisiva”, explica. O dinheiro arrecadado, além de financiar o cortejo, é utilizado para o aluguel mensal de um galpão, em torno de R$ 2 mil, onde são guardados todos os materiais do bloco.
“A gente vê um investimento grande do poder estadual em fomentar [a vinda] de gente, mas um investimento na base não acontece. Estamos com hotéis lotados, mas eles não investem nada nos blocos de rua. Chega [dinheiro] para a cidade, mas para os artistas, pessoas que estão produzindo, para chegar, é um caminho árduo”, destaca Joca.
Marca de bebidas exigiu exclusividade e Truck do Desejo declinou patrocínio
No ano passado, o cortejo da Truck do Desejo, bloco lésbico, bissexual, pansexual e trans, atraiu cerca de 50 mil pessoas e custou cerca de R$ 110 mil. A expectativa do bloco neste ano é atrair cerca de 70 mil foliões ao custo total de R$ 150 mil.
Fernanda Polse, de 35 anos, um das coordenadoras e cantora do bloco, explica que só o trio, que em 2023 custou uma média de R$ 28 mil, sairá por R$ 45 mil neste ano. Diante da perspectiva de aumento de gastos, o bloco buscou patrocínio via Lei Estadual de Incentivo à Cultura e também está com uma vaquinha online ativa.
Neste ano, a Truck chegou a ser contemplada com o edital de patrocínio da Xeque Mate, mas acabou declinando. “Ficamos muito felizes de ter passado no edital, porém eles estavam pedindo exclusividade [do nicho de bebidas], e como o aporte deles era de R$ 15 mil e o nosso cortejo já está em R$ 150 mil, tivemos que ponderar e entendemos que era importante ter um aporte maior. [...] Ficou impossível”, esclarece Polse.
Sem amarras com um único patrocinador, o cortejo deste ano acabou recebendo aporte de R$ 169.190 da Ambev e passou no edital da Belotur, com apoio de R$ 21.500. A co-organizadora da Truck explica que um bloco parceiro, o Clandestina, acabou recebendo a ajuda financeira da Xeque Mate. “ A gente teve que fazer essa opção e ficamos muito felizes que um bloco parceiro foi contemplado”, diz.
Ao longo do ano, Polse explica que a Truck também mantém uma lojinha, faz rifas, festas e apresentações com a banda. Além de todas essas frentes, desde junho a Truck mantém uma cooperativa. Todo o dinheiro arrecadado em oficinas de bateria ou dança, por meio de uma contribuição mensal dos alunos, é destinado para a cooperativa e distribuído entre professores. O grupo também oferece bolsas e auxílio transporte para pessoas em situação de vulnerabilidade social. “A cooperativa é o que sustenta a gente nesse momento todo pré-carnaval. Não fecha a conta 100%, por isso a gente continua fazendo outras ações, mas essa contribuição das integrantes é de extrema importância”, explica a co-organizadora do bloco.
Além do aluguel com o trio, Fernanda lista uma série de gastos para colocar o bloco na rua, como sonorização complementar, técnico de som, equipe de cenografia, banners do trio, material de publicidade do patrocinador, captação de som direto, cinegrafistas, social media, alimentação, caminhão-pipa, carros de apoio e muitos outros itens que a mente de uma co-organizadora de bloco em pré-Carnaval já não dá conta de listar, como até protetor solar para os integrantes da bateria. “Ano passado a gente colocou um carro com a bebida e o gelo para fazer a hidratação e poder distribuir garrafinhas e um carro de apoio mesmo. Então, alguém passou mal, algum bebê precisa trocar fraldas ou uma pessoa precisa sentar um pouco, lá vai ter o kit de primeiros socorros”, detalha Fernanda.
Para Fernanda, é urgente que o governo do Estado e as lideranças da prefeitura do município dialoguem e pensem fomentos aos blocos em parceria. “A gente tem hoje mais de 500 blocos cadastrados. O edital da Belotur, que é muito democrático, está muito aquém da quantidade que seria necessária para que fosse satisfatório”, explica.
Ensaio Geral, com patrocínio da Cemig e Codemge, fez teste de sonorização para o Carnaval deste ano. Foto: Videopress Produtora
Cemig e Ambev são as maiores patrocinadoras do Carnaval de BH
Em 2024, o governo de Minas investiu cerca de R$ 6 milhões só em propaganda do Carnaval em outros Estados, como o Rio de Janeiro e São Paulo, mas não houve nenhum aporte financeiro direto em nenhum bloco do Carnaval de BH.
Os principais patrocinadores dos blocos da capital mineira são a Cemig e a Ambev, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Em entrevista à reportagem de O Tempo, Hannah Drumond, de 39 anos, gerente de comunicação e marketing da Cemig, explica que a companhia vai investir R$ 9,4 milhões em ações que envolvem também o pré e o pós-carnaval no Estado.
Na lei de incentivo, os governos, federal, estadual ou municipal, abrem mão de parte do imposto das empresas e este montante vira patrocínio. Os projetos são submetidos às secretarias de cultura e, de posse desse aval do Estado, os grupos vão buscar aporte nas empresas.
Em Minas, 288 blocos se inscreveram no edital da Cemig, que vai apoiar 33 projetos de 15 cidades. Além de cortejos de blocos, a companhia está investindo em projetos que tenham relação com a festa, como a gravação de um CD de músicas de Carnaval em Sabará e uma apresentação de sambistas mulheres em Uberlândia.
Em BH, 11 bloquinhos de rua e duas escolas de samba foram contempladas: Cidade Jardim com R$ 350 mil e Canto da Alvorada com R$ 200 mil. Entre os blocos contemplados, foram R$ 250 mil para o Chama o Síndico, R$ 200 mil para o Pena de Pavão de Krishna, R$ 123.370 para o Todo mundo cabe no mundo, R$ 35 mil para o Bloco do Bigode e R$ 120 mil para o Leão da Lagoinha. O bloco Magia Negra, que completa dez anos em 2024, vai ter um aporte de R$ 246.750.
Segundo Hannah Drumond, de 39 anos, gerente de comunicação e marketing da Cemig, os projetos passam por um criterioso processo de seleção. Entre os pontos avaliados estão a geração de emprego e renda, o custo per capita, a descentralização do cortejo, a experiência dos produtores, a aposta no interior de Minas e se a proposta está alinhada com os objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). “A proposta tem que estar condizente com o orçamento. O ‘Quando Come se Lambuza’, com previsão de público de 800 mil pessoas, tem um custo e um bloco pequeno, de bairro, outro. Varia muito”, explica.
A gerente também esclarece que a maioria dos patrocínios não são aprovados na completude financeira do projeto, justamente para dar oportunidade de ajuda financeira para mais projetos.
Sobre os atrasos no repasse, a gestora explica que a Cemig está numa força tarefa imensa para fazer os depósitos aos blocos o quanto antes. “É nossa prioridade. [No ano que vem], a pretensão é lançar o edital em julho. E devemos reunir os representantes dos blocos logo depois do Carnaval para contar do cronograma”, explica.
Segundo ela, apesar do patrocínio nas festas do interior do Estado, o Carnaval de BH é onde está o maior investimento da Cemig porque a companhia acredita na potência da festa. “Ele está se consolidando como um dos maiores carnavais do país”, destaca Hannah Drumond.
À reportagem de O Tempo, o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, informou que aprovou mais de 130 projetos carnavalescos na capital e em diversas regiões do estado pelos mecanismos de fomento da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, reforçando o compromisso de descentralizar os recursos e evitar a concentração na capital. "Foram captados em diversas empresas cerca de R$ 14,5 milhões. Cabe aos blocos a captação, ao Estado cabe a aprovação dos projetos", informou a Secult em nota.
O Governo de Minas também ressaltou que repassou R$ 4 milhões à Belotur visando melhorias na infraestrutura do Carnaval de Belo Horizonte, benefícios em diversos bairros da capital e apoio a blocos.
A reportagem de O Tempo também entrou em contato com a assessoria da Belotur. Em nota, a empresa alegou que a Prefeitura de Belo Horizonte "é pioneira na criação de editais de auxílio financeiro direto para os blocos de rua, o que demonstra o comprometimento em oferecer para os turistas e moradores uma das melhores experiências de carnaval do país, assim como o compromisso em valorizar os atores da festa".
Ainda de acordo com a Belotur, a quantia do auxílio financeiro para os blocos de rua aumentou em mais de três vezes nos últimos anos. "Em 2019, o valor total investido foi de R$564 mil, e, em 2024, o montante foi de R$1.662.500,00, beneficiando 105 blocos".
A empresa municipal destacou ainda que "mantém um constante diálogo com todos os blocos de rua" e que foram realizadas mais de 600 reuniões com eles para "o fechamento de trajetos e outros detalhes operacionais". A Belotur ressaltou também que "há investimento do poder público municipal em limpeza urbana, segurança, saúde, mobilidade, entre outros".
Quanto custa colocar um bloco grande na rua em BH:
- Trio elétrico: até R$ 40 mil
- Equipamento de som complementar: até R$ 15 mil
- Cenografia: R$ 20 mil
- Banners ortofônicos e publicidade de patrocinadores: R$ 15 mil
- Cobertura de vídeo e foto: R$ 7 mil
Fonte: média fornecida por blocos entrevistados pela reportagem de O Tempo.
VAQUINHA
Veja como ajudar os blocos do Carnaval de BH:
- Raga Mofe
benfeitoria.com/projeto/carnaval-do-raga-mofe-1h2t
- Truck do Desejo
vakinha.com.br/vaquinha/acoes-truck-23-24
- Bloco da Bicicletinha
Faça Pix de pelo email blocodabicicletinha@gmail.com
Bloco do Pescoção
vakinha.com.br/vaquinha/bloco-do-pescocao-bh
Veja lista de blocos de BH contemplados na Lei Estadual de Incentivo à Cultura:
- Bloco da Calixto
Valor de patrocínio: R$ 131.301,50
Empresa patrocinadora: Ambev
- Seu Vizinho
Valor de patrocínio R$ 300 mil da Cemig e R$ 50 mil da Ambev
- Chama o Síndico
Valor de patrocínio: R$ 250 mil
Empresa patrocinadora: Cemig
- Bloco Quando Come se Lambuza
Valor de patrocínio: R$ 300 mil
Empresa patrocinadora: Cemig
- Bloco Todo Mundo Cabe no Mundo
Valor de patrocínio: R$ 123.370
Empresa patrocinadora: Cemig
- Tchanzinho Zona Norte
Valor de patrocínio: R$ 247 mil
Empresa patrocinadora: Cemig
- Magia Negra
Valor de patrocínio: R$ 246.750
Empresa patrocinadora: Cemig
- O Leão da Lagoinha
Valor de patrocínio: R$ 120 mil
Empresa patrocinadora: Cemig
- Lua de Crixtal
Valor de patrocínio: R$ 56 mil
Empresa patrocinadora: Cemig
- Bloco do Bigode
Valor de patrocínio: R$ 35 mil
Empresa patrocinadora: Cemig
- Lixo Polifônico
Valor de patrocínio: R$ 250 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Cómo Te Llama?
Valor de patrocínio: R$ 80 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Funk You
Valor de patrocínio: R$ 150 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Samba Queixinho
Valor de patrocínio: R$ 250 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Me beija que eu sou pagodeiro
Valor de patrocínio: R$ 250 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Circuladô
Valor de patrocínio: R$ 63.600
Empresa patrocinadora: Ambev
Havayanas Usadas
Valor de patrocínio: R$ 250 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Baianas Ozadas
Valor de patrocínio: R$ 300 mil
Empresa patrocinadora: Cemig
- Volta Belchior
Valor de patrocínio: R$ 250 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Abalô-Caxi
Valor de patrocínio: R$ 120 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Unidos do Barro Preto
Valor de patrocínio: R$ 100 mil
Empresa patrocinadora: Ambev
- Bloco da Bicicletinha
Valor de patrocínio: R$ 65.211,60
Empresa patrocinadora: Ambev
- Truck do Desejo
Valor de patrocínio: R$ 169.190
Empresa patrocinadora: Ambev
- Beiço do Wando
Valor de patrocínio: R$ 250 mil
Empresa patrocinadora: Ambev