A pequena e acanhada rua Tulipa, no bairro Esplanada, região Leste de Belo Horizonte, foi palco de uma grande festa em ritmos brasileiros, neste domingo (26). Um dos últimos blocos a desfilar no Carmaval de Belo Horizonte em 2023, o Baque Humaitá coloriu a via de vermelho e agitou os foliões ao som de grandes mestres da música do país.

Foi a primeira vez do bancário Thiago Vieira, de 39 anos, no Baque Humaitá. E ele aprovou o tom brasileiro do grupo, que, para ele, é algo diferente no Carnaval de BH.

"Esse bloco vai para as raízes do Carnaval do Brasil. Eu curto demais porque é bem diferenciado em relação ao que está tocando nos outros blocos. Acho bem legal porque é diferente", elogia Thiago.

Opinião parecida tem o psicólogo Gregório Ribeiro, de 35 anos. Uma das coisas de que ele mais gostou foi a parte instrumental do Baque Humaitá. "Maravilhoso, com esses instrumentos de sopro. É um bloco bem cultural. Curto demais", diz ele.

Uma das folionas que estava no meio da folia é a fundadora do bloco Roda de Timbau, arquiteta e produtora cultural Luiza Alana. Ela também elogia a iniciativa do grupo. "Gosto muito dessa ideia de valorizar a cultura local, a percussão brasileira, afrobrasileira, e de blocos que pesquisam a técnica para executar no Carnaval", explica.

Sobre o bloco

O Baque Humaitá surgiu como um pequeno grupo de estudos e pesquisa sobre a cultura e a música brasileira, o Humaitá-Cultura Popular, em 2016. Até que em 2019, o grupo foi às ruas de BH pela primeira vez, para desfilar no Carnaval.

Desde então, o grupo traz à folia ritmos como o maracatu, ciranda e coco, além de ritmos agromineiros e afroxés, como explica o fundador do bloco, o músico Pedro Gontijo, de 27 anos.

"Somos um grupo que vai numa pegada mais contemporânea, com uma produção mais artística, mas que está sempre com o objetivo de valorizar nossos mestres. A gente trabalha o ano todo, traz vários mestres pra BH. Foram dez mestres ao longo do ano em BH pra incentivar o projeto. Estamos aqui pra fortalecer essa tradição e as comunidades", conclui.