Risco de rompimento

30 pessoas ainda correm risco de vida em caso de rompimento da barragem em Barão de Cocais

Até o momento, 239 pessoas já foram removidas de áreas de alcance de rejeitos em caso de rompimento

Por Rafaela Mansur
Publicado em 08 de fevereiro de 2019 | 15:27
 
 
Policiais militares barram a entrada de pessoas na mina Gongo Soco, em Barão de Cocais Foto: Douglas Magno

Cerca de 30 pessoas ainda permanecem na área de alcance de rejeitos, em caso de rompimento da barragem Sul Superior na mina do Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central do Estado.

De acordo com o superintendente de gestão de desastres da Defesa Civil de Minas Gerais, major Carlos Eduardo Lopes, 477 pessoas vivem na principal área de impacto. Até o momento, 239 foram removidas. “Muitas são residências de sitiantes, várias pessoas não usam aquelas localidades, mas aquelas que estavam ali foram retiradas. Ainda permanecem em torno de 30 pessoas, que acreditam estarem em áreas seguras”, afirmou. “Pedimos a população para que respeite e compreenda as recomendações das autoridades para não ocuparem essa área, que está dentro do alcance de possível rompimento da barragem”, disse. 

Segundo o major, três comunidades rurais — Socorro, Tabuleiro e Piteiras — estão na principal área que pode ser atingida por rejeitos em caso de rompimento da barragem e outras duas — Vila do Gongo e Córrego do Arroz — estão nas extremidades. “Assim que foi notificado o nível de alerta 2, deslocamos para a cidade e coordenamos as ações de evacuação. Nesse momento, a gente já tem, em tese, essa controlada, mas algumas pessoas permanecem nesses locais e há uma segunda linha de frente para retirá-las”, explica. 

O nível 2 de risco da barragem permanece e determina a evacuação. A classificação significa que há fragilidade da estrutura e possibilidade de rompimento — o nível 3 já significa ruptura. “A empresa está monitorando essa barragem 24 horas por dia e a cada quatro horas emite um novo diagnóstico. Havendo o rompimento, nós estamos que não haja pessoas”, pontuou o major. Conforme ele, enquanto permanecer o nível 2, as pessoas não podem retornar para suas casas. 

O estudo de impacto da Vale prevê que o rejeito alcançaria em torno de 11 km, na parte rural da cidade. O rio São João, que fica a cerca de 1,2 km do topo da barragem, seria afetado em caso de rompimento, após uma hora. Em torno de 1.500 a 2.000 pessoas vivem ao longo do rio. 

“A tendência é que o rejeito fique ao longo do caminho, mas com o derramamento no rio m, é natural que haja uma modificação do volume de água. A nossa preocupação agora é com a possível inundação e a ação de resposta junto às comunidades ribeirinhas”, pontuou. 

Segundo ele, os órgãos competentes estão sendo avisados para socorrer os animais na área de risco.