Rompimento de Barragem

90% dos corpos da tragédia de Brumadinho foram identificados

Dos 270 mortos, 27 continuam desaparecidos e 243 foram identificados

Por Natália Oliveira
Publicado em 27 de maio de 2019 | 13:32
 
 
Foto: Douglas Magno

Pouco mais de quatro meses após o rompimento da barragem I da mina Córrego do Feijão em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, 90% dos corpos levados pelos rejeitos da Vale foram identificados. Dos 270 mortos, 27 continuam desaparecidos e 243 foram identificados. A tragédia ocorreu no último dia 25 de janeiro. 

Há 123 dias o Corpo de Bombeiros trabalha nas buscas. Neste domingo (26) os militares conversaram com familiares dos desaparecidos com o intuito de colher informações sobre as vítimas e tentar encontrar mais corpos. 

Mesmo que cada vez se torne mais difícil encontrar os desaparecidos, os bombeiros continuam encontrando segmentos de corpos e entregando ao Instituto Médico-Legal (IML) para identificação da Polícia Civil.

"São dias e noites de trabalho muito intenso, para trazer conforto aos familiares e oferecer a eles um pouco de alento, nesse momento de tanta tristeza e dor. O processo é complexo e específico, mas continuaremos firmes para identificar novas vítimas e entrega-las aos seus entes queridos", escreveu a Polícia Civil. 

Os bombeiros trabalham também com o intuito que todos os corpos sejam encontrados. Nos últimos dias, cerca de 100 militares com a ajuda de cães e máquinas pesadas atuam nas buscas. 

Famílias têm esperança de encontrar corpos

"Enquanto os bombeiros estiverem lá, há esperança de encontrar meu filho". Arnaldo da Silva, de 58 anos, ainda espera pelo corpo do filho Tiago Tadeu Silva, de 34 anos, que era mecânico da Vale e desapareceu após o rompimento da barragem.

"Esquecer a gente nunca vai, mas queremos ter o direito de enterrar nossos familiares. Estamos em contato direto com os bombeiros. Enquanto tiver uma vítima, a gente quer que eles encontrem. Mas sabemos que a área é grande e que o trabalho é difícil", disse Arnaldo. 

Segundo ele, há muitos seguimentos no IML ainda sendo estudados. "Pode até ser que meu filho esteja lá e ainda não foi identificado", almeja.