Audiência pública

Agostinho Patrus cita interesse empresarial no Rodoanel passando por área urbana

Presidente da ALMG declarou que a Assembleia continuará a debater o projeto do Estado; para ele, tracado seria melhor se fosse mais distante de áreas urbanas

Por José Augusto Alves
Publicado em 26 de novembro de 2021 | 13:11
 
 
Agostinho Patrus Foto: Ronaldo Silveira

O presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), afirmou, em audiência pública realizada na Casa nesta sexta (26), que a cobrança do pedágio que o Estado quer implantar no corredor viário e que é criticado por prefeitos pode gerar interesse de empresas. 

"Claro que, se você prevê um Rodoanel passando por áreas urbanas, há um interesse empresarial, pois quanto mais próximos da população, mais carros transitarão. Acredito e penso que o Rodoanel deve ficar mais distante, induzindo o desenvolvimento, e não cortar áreas povoadas", declarou.  

O traçado proposto pela Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Seinfra) corta ao meio bairros de Contagem e de Betim. Só em Betim, são 17 km com duas transposições. No projeto alternativo dos municípios, o traçado passaria em áreas rurais e não cortaria também a Área de Preservação Ambiental (APA) Vargem das Flores. 

A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), tem a mesma opinião e criticou o interesse do Estado em colocar a cobrança do pedágio acima dos interesses da população. 
"Na verdade, tem uma diretriz que está sendo expressada aos municípios, não ouvindo o interesse da população, mas, sim, de quem quer arrecadar. Eu acho um absurdo colocar a questão de tarifas de pedágio à frente das diretrizes que geram qualidade e desenvolvimento dos municipios", afirmou. 

O subsecretário de Transportes e Mobilidade da Seinfra, Gabriel Fajardo, disse que, em relação à crítica dos prefeitos de o Estado ter feito acordo de cooperação com o Movimento Brasil Competitivo para que este contratasse os estudos de modelagem do Rodoanel e a implantação de pedágios na concessão, o modelo de parceria é o melhor considerado pelo governo. 
"Nós analisamos e consideramos que o modelo de PPP é o mais vantajoso para uma obra desse porte. A partir da proposta das prefeituras, solicitamos a orçamentação para podermos saber desse valor mais barato da obra. Estamos tranquilos em relação às consultorias, pois os estudos que elas fazem são analisados e revistos pelo corpo técnico do Estado, que é qualificado", disse. 
Em relação ao prazo de publicação do edital, previsto para dezembro, o subsecretário alegou que é uma data referencial e que todas as proposições serão analisadas pela pasta.