POR MORADIA

Anel Rodoviário é bloqueado por manifestantes na altura do Betânia

Cerca de 250 moradores da comunidade Novo Paraíso colocaram fogo em pneus para fechar a via em protesto contra a ordem de desapropriação do terreno onde moram há mais de três anos

Por JULIANA BAETA
Publicado em 23 de dezembro de 2014 | 08:48
 
 
Moradores da comunidade Novo Paraíso fecham Anel Rodoviário em protesto DIVULGAÇÃO/ PM

O Anel Rodoviário foi fechado nos dois sentidos por cerca de 250 manifestantes na altura do bairro Betânia, na região Oeste de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (23). O motivo é que as cerca de 600 famílias da comunidade Novo Paraíso estão ameaçadas de serem retiradas do terreno que ocupam, no bairro Palmeiras.

O ato aconteceu no sentido Vitória, perto do Pátio do Detran, e os manifestantes queimaram pneus para bloquear a via. A Polícia Militar e uma equipe dos bombeiros estiveram no local e o protesto foi pacífico. O trânsito foi liberado no local às 10h20, mas continua lento na região. Durante o bloqueio de cerca de três horas na via, o Anel chegou a registrar cinco quilômetros de congestionamento em cada sentido.  

Conforme um dos moradores do terreno, Valério de Oliveira, as manifestações na via são uma forma de resistência. “Isso é porque o pessoal da Cowan trouxe uma ordem de despejo na última sexta-feira, véspera de Natal, e nem nos avisou antes para que pudéssemos nos defender. Foi uma ordem arbitrária, estamos no local há mais de três anos, moramos em casas de alvenaria, temos supermercado, açougue, comércio em geral, ou seja, geramos imposto pra prefeitura. Tem muita gente idosa morando aqui, muitas crianças, ninguém nem falou pra onde a gente vai se for retirado daqui. Não podemos permitir isso, a gente pode até perder a vida, mas vamos resistir”, disse. 

Após negociação com a Polícia Militar e a promessa de uma reunião com a corporação no dia 13 de janeiro, a via foi liberada. Os manifestantes disseram que até lá, não haverá mais manifestação na via. 

O tenente coronel Ronilson Caldeira, do 5° Batalhão, disse que há o mandado de reintegração de posse, mas que ele está temporariamente suspenso e o processo ainda tramita na Justiça. 

Atualizada às 11h57.