Pandemia

Após 1000 mortes em 48h, secretário diz que óbitos ainda vão crescer em Minas

Fábio Baccheretti diz que quantidades de casos atingiu platô, o que reforça efeito do isolamento social no Estado

Por Pedro Rocha Franco e Letícia Fontes
Publicado em 08 de abril de 2021 | 10:25
 
 

Após Minas Gerais registrar 1.000 mortes de pessoas infectadas pelo coronavírus em 48 horas, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, afirmou, nesta quinta-feira (8), que a quantidade de óbitos continuará crescendo nos próximos dias. Ele ressaltou, no entanto, que já é possível visualizar o estabelecimento de um platô na quantidade de casos, efeito do maior isolamento social.

Os dois últimos boletins de Covid-19, publicados quarta e quinta-feira, trouxeram os registros de 508 e 492 mortes, respectivamente. "Provavelmente teremos ainda crescimento dos óbitos, mas tendência de estabilização dos casos", diz Bacheretti. 

O secretário afirma que o dado de mortes por Covid-19 é um recorte que reflete as internações de pacientes infectados duas ou três semanas atrás e que, por isso, não mostram o momento da pandemia no Estado.

"Confirma o que vivemos semanas anteriores. Não podemos relacionar [aumento] dos óbitos à progressão do Minas Consciente. Quem confirma é o número de casos, que está em queda", explica Baccheretti em resposta às críticas sofridas por parte da população que critica o isolamento social.

Ao lado do governador Romeu Zema, ele detalhou as novas regras da Onda Roxa do Minas Consciente, que foi prorrogada até o dia 18 de abril. Esta é a segunda prorrogação do programa. Atualmente, a Onda Roxa vale para quase todas as macrorregiões de Minas, menos as duas no Triângulo Mineiro, que estão na onda vermelha.

De acordo com Bacheretti, o Estado tende a estabilizar o número de casos de Covid-19 por causa das medidas restritivas. "Estamos em tendência de estabilização, umas regiões melhorando e outros piorando, mas a maior parte do estado, em número absoluto, está melhorando, muito relacionado às medidas do estado em relação à Onda Roxa', afirmou.

Onda Roxa

Antes a fase do programa previa toque de recolher a partir de 20 horas em todas as cidades, mas agora não é válida mais a regra. Assim como não há previsão de impedimento de visitas de familiares a outras casas, o que, segundo ele, não era possível de ser fiscalizado pela Polícia Militar.

Apesar de retirar a proibição, o secretário de Saúde ressaltou a importância de não haver aglomeração no atual momento da pandemia e que, apesar da sinalização de estabilidade dos casos, o cenário ainda é grave. A partir de agora, a Onda Roxa passa a proibir a retirada em balcão em todo o comércio não essencial, das 20h às 5h, além de estabaelecer que bares e restaurantes só poderão funcionar em formato de delivery neste horário. Supermercados e padarias terão o horário de funcionamento ampliado até as 22h, para reduzir a circulação de pessoas. 

"Então, fica nosso reforço que não é o momento de aglomerações. Estamos vivenciando um crescimento constante de óbitos nunca vivenciado pelo Estado", alertou. 

"Nosso papel é evitar o número de casos. Quanto menor o número de casos, menor o número de internações. Nosso problema não é a enfermaria, o hospital de campanha não vai solucionar o problema. Nosso problema é para leitos de terapia intensiva. Temos poucos sedativos, bloqueadores musculares", completou o secretário, que afirmou que atualmente 615 pacientes estão à espera de algum leito no Estado.