Oncomed

Após 5 anos de discussão, IAB solicita mais tempo

Pedido de vistas atrasa criação de 220 leitos hospitalares

Por Joana Suarez
Publicado em 22 de dezembro de 2014 | 04:00
 
 
Projeto. Área do Hilton Rocha, onde será unidade, deve ser ampliada de 22,9 mil m² para 39 mil m² FERNANDA CARVALHO / O TEMPO

Feito em 2009, o projeto para instalar o Hospital Oncomed-BH em terreno no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul da capital, somente na última semana foi submetido ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam), mas enfrenta nova etapa burocrática de discussões, que atrasa ainda mais a criação dos 220 leitos hospitalares previstos. O conselheiro Sérgio Myssior, que representa o Instituto de Arquitetos do Brasil em Minas Gerais (IAB-MG) no Comam, informou que pediu vistas ao projeto porque a entidade quer avaliar melhor o caso. A solicitação adia a autorização ambiental por mais de um mês.
 

“É um projeto muito complexo, que envolve patrimônio, meio ambiente e saúde. Precisamos (arquitetos) de mais esses dias para ter uma posição mais criteriosa. O objetivo não é atrasar, mas aprofundar”, explicou Sérgio Myssior. O projeto da unidade recebeu parecer favorável do Comam em reunião na última quarta-feira, mas três dos 15 conselheiros pediram vistas. Os outros dois teriam seguido o IAB. A próxima reunião do Comam será em 27 de janeiro.

À espera da decisão, a população de Belo Horizonte enfrenta déficit de 3.000 leitos. Com capacidade para 3.364 internações e 3.762 cirurgias mensais, a Oncomed vai atuar nas áreas de oncologia, oftalmologia e cardiologia. Segundo o diretor da unidade e presidente do Conselho Superior da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Roberto Porto Fonseca, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte, seguida pelo o câncer. “Milhares de pessoas deixaram de ser operadas e tratadas, e até algumas vidas foram ceifadas” nos anos de atraso para a criação do hospital, afirmou Fonseca.

A Oncomed será instalada no terreno do antigo Hospital Hilton Rocha, desativado há dois anos e adquirido em leilão judicial. Para atender as regras estabelecidas, o plano da nova unidade foi alterado três vezes. “Não há restrição de nenhum órgão municipal. Organizações não governamentais ambientais e a maioria dos moradores apoiam o projeto”, destacou.

Reuniões

Análise. O IAB-MG fará reunião sobre o projeto com arquitetos e interessados, para aprofundar a discussão, disse Myssior. Depois disso, um parecer sobre o caso será levado à reunião do Comam.