Aposentado de Contagem comemora 74 anos com 'vacinação' como tema da festa

Quando soube do início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, no último dia 17, o aposentado mineiro Jadir Costa Filho, de 74 anos, logo animou-se: poderia, enfim, se imunizar e voltar à rotina de sair de casa sem medo. Mas logo ele percebeu que não seria tão fácil assim, uma vez que a vacinação no país ainda caminha a passos lentos. Para deixá-lo mais animado, as filhas resolveram comemorar o aniversário dele, que ocorreria na mesma semana, com um tema bem pertinente ao momento: vacinação.

Assista ao vídeo da comemoração:

Assim, a família, que mora em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, encomendou docinhos e bolo enfeitados com vacinas e jacarés. O animal passou a ser relacionado à imunização do país após fala do presidente Jair Bolsonaro que afirmou que um dos efeitos colaterais da vacina seria a transformação no réptil.

"Ele ficou muito feliz quando a notícia da vacinação saiu", diz uma das filhas de Jadir, a contadora ​Hellen Monique de Moura Costa, 32. "Durante esse tempo de pandemia, não poderíamos deixar o aniversário dele passar batido. Ficamos pensando em um tema para a festa e, como ele é muito engraçado e brincalhão, escolhemos 'vacina'. Ele achou muito legal!", afirma.

Assim, no dia 22 deste mês, a família se uniu em torno do patriarca para celebrar a data. A cerimônia foi restrita à mulher, às três filhas do casal e aos dois sobrinhos. "Eu moro com meus pais, mas estou trabalhando em home office. Minhas irmãs moram em outras casas, mas escolheram evitar frequentar locais onde possa haver contaminação para continuar os visitando", diz.

Mudança de rotina

Segundo a contadora, o pai precisou mudar completamente a rotina para evitar se contaminar com o coronavírus. "Meu pai era muito ativo, saía de casa quase todos os dias para almoçar no Restaurante Popular do Eldorado, mais para ter contato com outras pessoas e ver gente", lembra.

Com a pandemia, Jadir passou a ficar apenas dentro de casa. "Ele ficou meio chateado. Então, a festa foi uma forma de alegrá-lo, de trazer a esperança de dias melhores com a vacina", pondera.