Estragos

Avenida Cristiano Machado é parcialmente interditada após chuva em BH

Na manhã deste sábado, moradores limpam suas casas, onde o barro trazido pelo córrego do Onça atingiu cerca de um metro de altura

Por Lara Alves
Publicado em 25 de janeiro de 2020 | 09:36
 
 
Bairro 1º de maio Foto: Alexandre Mota/O TEMPO

Moradores da região Nordeste de Belo Horizonte pouco dormiram entre a noite dessa sexta-feira (24) e a manhã deste sábado (25). Com a maior chuva da história da cidade, que atingiu BH nas últimas horas, os córregos não suportaram o alto volume de água e transbordam sucessivas vezes ao longo do dia e da noite. 

A situação é tão crítica na região que o trânsito ainda está impedido no trecho da Cristiano Machado na altura do encontro com avenida Sebastião de Brito. Motoristas encontram complicações pra seguir no sentido centro e também em direção à Linha Verde. Nas primeiras horas da manhã, moradores ainda se reuniam às margens do córrego para observá-lo. 

‘Acontece todo ano’

A assistente social Eloá Mara de Lima, 32, amanheceu contabilizando os prejuízos da chuça ininterrupta que atinge BH e região. Fogão, geladeira e cadeiras estão entre os objetos de casa que ela já dá como perdidos desde a manhã de quinta-feira, quando a primeira inundação da semana atingiu sua casa. A residência de dois andares fica às margens do córrego do onça, ainda com volume elevado na manhã deste sábado (25). 

“Foi a segunda de ontem. Uma na madrugada de quinta, menor que essa que começou nove horas da noite. Acabou a água da rua seis horas da manhã. Foi bem mais alto. Ontem de manhã não teve chuva pra esse tanto de barro. Minha casa em si não foi atingida, aqui em baixo que tinha colchão, máquina de lavar, foi tudo... fora o mal-cheiro que fica”. 

Segundo ela, este não é o primeiro ano em que as chuvas atingem sua casa. “Tem treze anos que moro aqui, todo ano é a mesma coisa, não bem autoridade, não vem ninguém pra saber se se alguém morreu... agora é contabilizar os prejuízos e limpar novamente”, desabafa. Na casa da assistente social, o barro chegou a atingir cerca de um metro e manchou as paredes tão brancas.

Chuva intensa 

Apenas nesta parte da cidade, choveu 119,4 mm entre 8h de sexta e 6h40 desta manhã, segundo a Defesa Civil de BH. Isso significa que choveu cerca de um terço do esperado para todo o mês em menos de um dia. Aliás, este é um dado que mostra a dimensão da chuva que atingiu a região desde o começo do mês: até agora 654,4 mm na regional Nordeste (cerca de 200% a mais do que a média histórica de chuvas para todo janeiro). 

Inundações

A avenida, uma das principais da cidade, precisou ter o tráfego momentaneamente interrompido em, pelo menos, três ocasiões entre a manhã de sexta-feira (24) e a tarde do mesmo dia. O córrego do Onça, que corta a avenida nas proximidades do cruzamento com a avenida Sebastião de Brito, transbordou e este exato precisou ser fechado. O trânsito ficou interrompido também na altura da estação São Gabriel, já no bairro Primeiro de Maio, onde as águas do córrego invadiram as pistas e tornaram impossível qualquer passagem. Moradores de residências à beira da Cristiano Machado também foram atingidos pela rápida elevação no volume do Onça e acabaram ilhados em suas casas no período da manhã.