Trânsito

Belo Horizonte comemora o Dia Mundial sem Carro

Um evento ao longo do dia acontece para conscientizar sobre o uso excessivo de veículos na capital

Por Mariana Nogueira
Publicado em 22 de setembro de 2017 | 18:12
 
 
Dia Mundial sem Carro em BH Foto: Bárbara Ferreira/BH em Ciclo

Um quarteirão da rua Gonçalves Dias, entre as ruas Paraíba e Rio Grande da Norte, uma das principais da região Centro-Sul da capital, foi completamente fechado para veículos automotores nesta sexta-feira (22). Com o objetivo de discutir o uso excessivo de veículos na capital, coletivos, população e autoridades comemoraram no local o “Dia Mundial sem Carro”, abrindo o quarteirão para diversas atividades, como jogos, debates e exposições.

O evento começou às 8h e vai até às 22h. Uma mesa de ping-pong recebeu competidores, aulas foram ministradas no local, durante o dia cadeiras de praia foram utilizadas para quem quisesse tomar sol e um DJ está escalado para animar os pedestres e ciclistas, além de exposições e debates que também estão previstos na programação.

Segundo a coordenadora de sustentabilidade e meio-ambiente da BHTrans, Eveline Trevisan, o objetivo do movimento é proporcionar uma reflexão sobre a cidade. “É uma reflexão sobre os automóveis, sobre o uso da bicicleta, sobre a importância do pedestre, de uma mobilidade mais sustentável na cidade. É para chamar a atenção das pessoas para uma reflexão sobre a cidade”, afirmou.

A coordenadora, que também é arquiteta, afirmou que a BHTrans tem um plano de mobilidade que visa incentivar o uso de transportes alternativos. “Tem uma linha muito forte condutora para mobilidade mais sustentável, então aí o incentivo ao transporte coletivo mas também aos modos ativos de deslocamento, ou seja, aos pedestres e as pessoas de bicicleta. A gente acha que é um processo e que toda cidade necessariamente vai chegar nesse lugar, que é o de ter uma mobilidade para bicicleta mais forte porque uma cidade só para automóvel se inviabiliza muito facilmente”, afirmou.

Para Eveline, bicicleta deveria ser vista com bons olhos por motoristas de automóveis. “Até quem faz opção pelo automóvel deveria ver a bicicleta com bons olhos porque aquele que está sobre a bicicleta não está disputando o mesmo espaço público. É um processo que é bom para todos, a gente só precisa pensar nisso com mais tranquilidade”, disse.

O estudante Vitor Brandão, 30, do Bike Anjo BH, acredita que trânsito nas cidades deve viver em um equilíbrio, sem exageros. “A gente perdeu esse espaço na cidade porque tem carros demais na rua. A ideia não é banir os automóveis para sempre porque não existe, o automóvel é uma inovação que trouxe vantagens para a gente, mas a gente não pode usar ele da maneira que a gente usa hoje. Então é trazer essa reflexão. É possível viver sem carro? É possível. Eu não preciso usar o tempo todo de uma forma exagerada que tire a vida da cidade”, afirmou.

A estudante Virgínia da Costa, 21, estava passando pela rua Paraíba quando viu a movimentação e resolveu ficar para ler um livro no espaço aberto. “É muito legal isso porque é totalmente inusitado. É como se fosse um respiro de alívio em meio a um caos constante. Eu tenho carro, mas uso o transporte público para ir a faculdade justamente para evitar o trânsito. É interessante isso porque muita gente já se cansou de viver com uma rotina tão exaustiva. Ter a cidade para nós é um privilégio e um direito”, afirmou.