Polêmica

BH está politizando a distribuição de vacinas, diz secretário de Estado de Saúde

Capital reclama do número de doses entregues ao município desde semana passada. Nesta segunda, BH recebeu 9,35% das vacinas, mas prefeitura diz que teria direito a 14% do total

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 21 de junho de 2021 | 20:00
 
 
Secretário afirma que BH já recebeu todas as vacinas destinadas a pessoas com comorbidades Foto: Cris Mattos

Belo Horizonte “politizou” a distribuição de vacinas contra a Covid, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, durante solenidade de lançamento do programa Valora Minas, na tarde desta segunda-feira (21).

No último dia 15, o secretário municipal de Saúde da capital, Jackson Machado, convocou a imprensa para uma coletiva em que reclamou de Belo Horizonte ter recebido 50 mil doses a menos do que o volume esperado para aquele momento – 3,3% do montante distribuído aos municípios mineiros. Nesta segunda-feira, a capital recebeu 9,65% da remessa, abaixo dos 14% aguardados pela Secretaria Municipal de Saúde.

“Me surpreendeu muito o que a secretaria municipal de saúde (de Belo Horizonte) vem demonstrando, porque a politização do tema está vindo deles, não da gente. O secretário de Saúde ou qualquer membro do governo não interfere na distribuição de doses. A distribuição é técnica”, afirmou Baccheretti.

De acordo com o secretário, as vacinas recebidas vêm “carimbadas” com os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. E BH já havia recebido mais do que 100% das doses referentes a comorbidades e não precisa de mais vacinas para esse grupo específico.

“Belo Horizonte não recebeu a parcela dela do grupo de comorbidades, porque já recebeu mais do que 100% que precisava para comorbidades. Lembrando que as duas primeiras remessas da Pfizer vieram só para belo horizonte”, disse o secretário, acrescentando que essa compensação “é natural” e está sendo acompanhada por Ministério Público e pelo Conselho Secretarias Municipais de Saúde (Cosems).

“É questão de tempo. Daqui a pouco, quando não vier mais vacinas para comorbidades, Belo Horizonte volta a receber de forma integral, dividindo 100% da remessa. (O município) já recebeu tudo que tinha sobre comorbidade, então não vai receber mais, se não vai faltar para outro município”, afirmou Baccheretti.

BELO HORIZONTE QUER 14% DO MONTANTE

A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte afirma que, quando o critério utilizado para a distribuição de vacinas se limitava à população residente em Belo Horizonte, o quantitativo de doses recebido pelo município era em média de 14%.

“As duas últimas remessas enviadas também deveriam ter sido por critérios populacionais, conforme orientações do Plano Nacional de Imunização, por estarem sendo vacinados, nesta etapa, somente os residentes da capital. Ainda assim o quantitativo entregue foi de apenas 3,3% e 9,65% respectivamente”, contestou a secretaria por meio de nota.

A pasta lembra ainda que, das 1.305.220 doses aplicadas na capital, 240.043 foram destinados a pessoas que não moram, mas trabalham na capital.

“Mais uma vez, a Prefeitura esperava ampliar a vacinação por faixa etária e para lactantes. Porém, devido ao quantitativo disponibilizado ao município ainda não será possível. A Secretaria Municipal de Saúde aguarda uma nova remessa e reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo de vacinação”, completou a nota.

Neste momento, capital decidiu ampliar vacinação para grávidas e fazer repescagem para quem não tomou a segunda dose de Coronavac.