Militares na África

Bombeiros de Minas trabalham pelo quinto dia em Moçambique; veja as ações

Agentes têm atuado para minimizar o cenário desolador e contam que os relatos dos desabrigados são surpreendentes

Por Laura Maria
Publicado em 05 de abril de 2019 | 11:29
 
 
Bombeiros de Minas estão ensinando moçambicanos a montar barracas

Bombeiros de Minas Gerais, que atuaram em Brumadinho, seguem pelo quinto dia em missão em Beira, cidade de Moçambique arrasada pelo ciclone Idae, que deixou centenas de mortos. Os militares têm trabalhado para minimizar o cenário desolador e contam que os relatos dos desabrigados são surpreendentes, como o fato de se sentirem muito agradecidos por uma barra de proteína e água pura.

Nesta sexta-feira (5), os militares os têm ajudado na construção de barracas e como utilizá-las. Além de instruir sobre o uso correto do fogo e a sobre a instalação de latrinas.

Na última quarta-feira (3), a equipe ficou empenhada em desobstruir vias para que a carga pesada de mantimentos fosse transportada por terra. Capitão do Corpo de Bombeiros, Kleber Castro conta como foi o trabalho.

“Na área afetada não há motosserra, não há talha. Não há conhecimento técnico para cortar árvore de maneira rápida. Os moradores da comunidade estão cortando árvores com pedra lascada. O machado não possui cunha, e eles o seguram a com a mão. Perguntamos a eles se teriam algum tipo de madeira para fazer um machado tradicional, mas ficaram com medo do mesmo se desprender e acabar ferindo alguém. A utilização de motosserra de maneira veloz e hábil surpreendeu crianças e adultos que não conheciam o equipamento”, comentou.

Transporte de doentes

Com a desobstrução das vias, pessoas doentes também podem ser transportadas para municípios limítrofes para que sejam atendidos. Segundo relatos dos militares, uma mulher grávida, que seguia para Beira, foi obrigada atravessar um rio caminhando e, ainda, dependeu do apoio de outras pessoas que a ajudaram a atravessar a sua motocicleta sobre o rio, elevando-a sobre a superfície d’água. Essa situação acontece pelo fato de não existirem mais pontes que permitam um fluxo normal.

Voo de reconhecimento

Os militares fizeram um voo de helicóptero para reconhecer Nhamatanda, em Moçambique, nessa quinta. Durante o voo, foi levantada a possibilidade de construir pontes provisórias para permiter a passagem de veículos leves.

O voo foi acompanhado por prefeitos das cidades afetadas permitirá avaliar quais são as pontes provisórios mais importantes a serem estruturadas, num primeiro momento.