Tragédia de Brumadinho

Busca por vítimas é afetada por ataque de marimbondos a voluntários

Drones, fake news, resgates feitos por pessoas despreparadas vem atrapalhando o trabalho do Corpo de Bombeiros na busca por desaparecidos

Por Franco Malheiro e Aline Diniz
Publicado em 29 de janeiro de 2019 | 20:02
 
 
Extensão de área onde bombeiros atuaram equivale a 11 lagoas da Pampulha Foto: Alex de Jesus

Pessoas não autorizadas que estavam realizando resgate por conta própria, em Brumadinho, foram atacadas por marimbondos e precisaram ser socorridas pelo Corpo de Bombeiros, nesta terça-feira (29). 

Segundo o Corpo de Bombeiros, algumas pessoas partiram na busca de parentes na mata e chegaram em um local onde havia uma caixa de marimbondos. De acordo com a corporação, as pessoas precisaram ser encaminhadas para UPA, pois os ferimentos foram graves. Para o socorro, foi necessário o deslocamento de um helicóptero que estava sendo utilizado nas buscas dos desparecidos. 

Percalços

Esse não foi o único incidente que atrapalhou o trabalho dos bombeiros na busca de vítimas da tragédia do rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão. Nesta terça-feira (29), um homem, supostamente com problemas psiquiátricos, ao brigar com sua esposa, ateou fogo na própria casa. Segundo o Corpo de Bombeiros, a residência ficava próximo ao centro de apoio da corporação e o fogo foi controlado rapidamente. 

A presença de drones na área em que os helicópteros de resgate voam tem atrapalhado o trabalho do Corpo de Bombeiros. "Por mais de uma vez nossas aeronaves tiveram que fazer manobra de emergência em decorrência da aproximação não autorizada de drones. Esse tipo de pratica coloca em risco a vida das pessoas que estão na operação e até a operação" , frisou o tenente Pedro Aihara. 

Na segunda-feira (28), um drone caiu no local de resgate, o proprietário já foi identificado e vai responder juntamente a aeronáutica, órgão responsável pelo espaço aéreo brasileiro. 

Além disso, ainda na segunda-feira, o Corpo de Bombeiros precisou interromper os trabalhos para fazer o resgate de uma pessoa que foi sozinha tentar achar alguma vítima. A pessoa teve uma lesão na face e teve que ser levada de helicóptero", informou. O tenente pede que as pessoas que não tem treinamento tentem realizar qualquer tipo de trabalho.

Outra questão que tem atrapalhado o trabalho das equipes, é o compartilhamento de fake news. Segundo o Corpo de Bombeiros, o compartilhamento de notícias falsas aumentam a angústia e o sofrimento das famílias e criam alardes que podem dispersar o foco da operação. 

Em coletiva, o Tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, aproveitou para pedir que pessoas não preparadas não realizem resgates por contra própria para evitar que haja mais acidentes. Além disso, Aihara reiterou a necessidade das pessoas acreditarem apenas nas informações passadas pelos órgãos oficiais.