Caminhoneiro que atropelou e matou ciclista de 12 anos é indiciado

A conclusão do inquérito sobre a morte do ciclista Claiton Bernardes Cabral, de apenas 12 anos, morto após ser atropelado por um caminhão na Pampulha, foi apresentada nesta sexta-feira (20) na delegacia do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). O caminhoneiro que fugiu após o crime, se apresentou dois dias depois do ocorrido e foi indiciado por homicídio culposo - quando não há a intenção de matar. A pena pode ser agravada por ele ter fugido sem prestar socorro.

O caminhão bi-trem que o motorista Joel Jorge da Silva, 56, dirigia, foi encontrado em uma garagem há três ruas do local do crime. Após isso, o advogado dele entrou em contato com a polícia e o homem se entregou. A versão de Joel, de que ele foi embora após o atropelamento porque não havia percebido o que aconteceu, foi desmentida por uma testemunha.

A mulher contou que logo após o atropelamento ela avisou a Joel sobre o que teria acontecido e ele disse que estava indo, mas que iria voltar em seguida para prestar socorro. Segundo o delegado Ramon Sandoli, coordenador de Operações Especiais do Detran, o inquérito será enviado ainda nesta sexta para a Justiça. A partir daí, o Ministério Público de Minas Gerais pode oferecer ou não uma denúncia contra o caminhoneiro.

Ficha suja

Durante as investigações, a polícia descobriu que Joel já tem passagens pela prisão por receptação de produtos roubados e porte ilegal de arma de fogo. Além disso, ele já teve diversos problemas com a carteira de habilitação e está sem o documento desde o dia 4 de outubro, cerca de duas semanas após o crime. Ele também já teve a carteira suspensa por exceder o número de pontos, excesso de velocidade e avanço de sinal.

"Percebemos que esse caminhoneiro não tem condições de dirigir. Além de cometer um erro grave ele já tem um histórico de violência no trânsito, o que é inadmissível", analisou Sandoli.

Joel não está preso porque não houve flagrante e também porque a polícia não conseguiu reunir provas suficientes para expedir um mandado de prisão. Ele responde o processo em liberdade.

Relembre o caso

No dia 18 de setembro, Claiton Bernardes Cabral foi atropelado na rua Paulo Gustavo do Vale, no bairro Bandeirantes. Ele seguia para um encontro com outros ciclistas que participavam de um projeto social e era integrante de um grupo chamado Turma do Edgar, que conta com cerca de 30 ciclistas. O motorista do caminhão estava na avenida Otacílio Negrão de Lima quando, na rotatória, tentou acessar a rua Cecília, mas quando percebeu que não seria possível a conversão, o motorista tentou dar ré no veículo. Ele acertou o garoto, que teve a cabeça esmagada e morreu na hora.