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Coletivo mineiro faz evento de fotografia Pinhole nas redes sociais

Celebrando o Dia Internacional da Fotografia Pinhole, fotógrafos realizam oficinas por meio de lives e ensinam técnica ao público

Por Alex Bessas
Publicado em 26 de abril de 2020 | 17:37
 
 
Técnica Pinhole faz sucesso pelos resultados surpreendentes, apontam fotógrafos Foto: Coletivo Núcleo Imagem Latente/Divulgação

Técnica rudimentar, que dispensa o uso de lentes e que tem como resultado o improvável, atraindo curiosos e pessoas que desejam enveredar por experimentações plásticas, a fotografia Pinhole é também um acontecimento com data marcada no calendário belo-horizontino. Neste ano, por sinal, é precisamente este domingo (26), quando se celebra o Pinhole Day.

Enquanto em anos anteriores a data virava motivo de reunião de centenas de pessoas na capital mineira, como também em mais de 50 países, neste 2020, tudo foi um pouco diferente: por conta da pandemia do novo coronavírus e de todas as medidas de restrição social dela decorrentes, o encontro desses artistas precisou ficar restrito às redes sociais.

"Queremos festejar o Pinhole Day através de ações bem simples, propondo aos interessados o desafio de fazermos, cada um em seu retiro, uma foto em Pinhole. E para tanto, estamos propondo, como alternativa, um Pinhole digital", convida o coletivo Núcleo Imagem Latente.

O grupo preparou um tutorial sobre como adaptar a proposta, que normalmente exige o uso de laboratórios de revelação, às câmeras digitais que têm lente removível. A organização pontua que imagens feitas por processo químico também são bem-vindas.

"Pensamos em fazer algo, para não deixar passar em branco. Como a nossa fotografia é de base química, usa laboratório, ficaria tudo mais difícil. Então, fizemos opção de fazer por meio digital. A ideia é usar essas máquinas, que podem ter a lente removida, em uma Pinhole", explica Cleber Falieli, um dos administradores do coletivo. 

"Estamos fazendo lives, conversando com as pessoas, reunindo fotógrafos e curiosos e mantendo a tradição de realizar o evento, só que, desta vez, cada um na sua casa", completa. Depois, com as fotos de todos os participantes reunidas, "faremos uma exposição em nossas redes sociais e enviaremos tudo para o site pinholeday.org, que organiza o acervo", informa Falieri.

Tibério França, também ligado ao coletivo, o sucesso da prática é ir no caminho inverso ao da automação. "A gente faz foto no celular e tem certeza que vai ficar boa, não há surpresa. Ao abrir mão da lente, uma tecnologia importante, substituindo-a por um buraco de agulha, subvertemos essa lógica de ter uma imagem pronta...", sinaliza. 

"A gente nunca sabe o que vai sair e isso cria um pouco dessa mística, cai nesse campo quântico do imprevisto, do inusitado, do inacabado", reflete o fotógrafo.