Brumadinho

Conheça 11 personagens que marcaram 11 dias da tragédia de Brumadinho

Luto, histórias de heroísmo e casos de sobrevivência marcaram os dias desde o rompimento da barragem

Por Lara Alves
Publicado em 04 de fevereiro de 2019 | 17:01
 
 

Após o rompimento da barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, os repórteres de O Tempo contaram histórias emocionantes de vítimas, sobreviventes e heróis dessa tragédia que já contabiliza 134 mortos e 199 desaparecidos.

Confira 11 personagens que marcaram os 11 dias desde o desastre em Brumadinho: 

Pilota Major Karla Lessa

A major Karla Lessa foi a primeira piloto do Corpo de Bombeiros a sobrevoar o mar de lama formado após o rompimento da barragem. Ela fez um resgate emocionante de uma adolescente de 15 anos que foi mostrado pela Tv Record. A major disse que esse foi um dos trabalhos mais difíceis de sua vida. Ela teve que ficar com o helicóptero praticamente estacionado no ar.

(Leia mais sobre a história da pilota aqui)

Talita Cristina de Oliveira

Símbolo do primeiro dia da tragédia em Brumadinho, Talita, de 15 anos, é a jovem que aparece nas imagens impressionantes de TVs sendo resgatada pelo helicóptero pilotado pela Major Karla Lessa. Após ter fraturado a bacia e uma perna, Talita contou para o cunhado José Antônio Soares Pereira, único familiar que lhe restou após a morte de mãe, que ficou desesperada, mergulhada na lama à espera da morte.

(Leia mais sobre a jovem que foi resgatada da lama aqui)

Jefferson Ferreira dos Passos

Chamado de "super-herói" da lama por quem acompanhou o resgate de Talita Cristina Marinho, o bombeiro hidráulico Jefferson Ferreira dos Passos, de 33 anos, nadou na lama para chegar até a jovem que era engolida pela rejeitos. O rapaz permaneceu com Talita por cerca de 40 minutos, ao lado de um amigo que também ajudou no resgate, até a chegada do helicóptero.

(Leia mais sobre o rapaz que ajudou no resgate de Talita aqui)

Porta-voz dos Bombeiros, tenente Pedro Aihara

O jovem tenente Pedro Aihara, de apenas 25 anos, vem ganhando notoriedade após assumir o posto de porta-voz do Corpo de Bombeiros com a tragédia em Brumadinho. O militar entrou para a corporação aos 18 anos, é formado em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e já ganhou cerca de 12 mil seguidores no Instagram após o rompimento da barragem.

(Leia mais sobre o tenente Pedro Aihara aqui)

Israelenses

136 integrantes do Exército israelense desembarcaram em terras brasileiras para auxiliar nos trabalhos de busca e resgate das vítimas do rompimento da barragem. A delegação era composta por oficiais, engenheiros, médicos, bombeiros e outros profissionais que trouxeram diferentes radares para procurar corpos em grandes profundidades. O transporte da equipe teria custado cerca de US$ 7 milhões a Israel. A passagem dos militares foi conturbada e durou apenas três dias. Uma fonte revelou a O TEMPO que um "mal-estar generalizado" teria sido motivo do retorno precoce da tropa.

(Leia mais sobre a passagem dos israelenses pelo Brasil aqui)

Wilson José da Silva

Uma semana antes do rompimento da barragem, o operador de máquinas Wilson José da Silva, de 53 anos, foi filmado cantando uma canção religiosa no vestiário da mineradora Vale na companhia de colegas. O vídeo registrado no dia 18 de janeiro foi parar nas redes sociais e emocionou internautas e familiares de Silva que segue desaparecido.

(Leia mais sobre a história de Wilson aqui)

Márcio Paulo Mascarenhas

Dono da pousada Nova Estância, soterrada pela lama, Marcio Paulo Mascarenhas completaria 75 anos no último dia 31. Em sua conta no Facebook, o idoso que também é o fundador da rede de cursos de idioma Number One, já havia criticado as agressões ao meio ambiente na região do desastre: “o que é mais importante: o dinheiro ou as pessoas?”.

A esposa de Marcio, Cleosane Coleho Mascarenhas e o filho do empresário foram mortos na tragédia. Funcionários e clientes da pousada também foram soterrados pelo mar de lama.

(Leia mais sobre a história de Marcio aqui)

Erídio Dias

Há pouco mais de três anos, o soldador da Vale, Erídio Dias, de 32 anos, conseguiu escapar da lama que desceu da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas Gerais, depois de fazer uma breve parada para o almoço. Logo após o rompimento, ele ligou para a família e avisou que estava bem.

Desta vez o destino foi outro e Erídio perdeu a vida após ser arrastado pela barragem I da Mina Córrego do Feijão. A família do rapaz segue em busca do corpo.

(Leia mais sobre a história de Erídio aqui)

Nathália de Araújo Porto Oliveira

Uma suposta localização emitida pelo celular da estagiária administrativa Nathália de Oliveira Porto Araújo, de 25 anos, no dia 28 de janeiro, despertou esperança nos parentes da jovem de encontrá-la com vida.

A família chegou a partir em busca de Nathália por contra própria em uma região próxima do desastre, mas não encontrou o corpo da jovem.

"Não como, não consigo dormir, só penso na minha mulher naquele lugar", desabafou o marido de Nathália, o vigilante Jorge Santana de Araújo.

(Leia mais sobre a história de Nathalia aqui)

Senhor Wilson

Desde o dia em que aconteceu a tragédia, Wilson Caetano vai à área de buscas na tentativa de encontrar seu filho, Luís Caetano. Passados 11 dias do rompimento da barragem, o "senhor Wilson" perdeu a esperança de encontrar Luís vivo e espera o corpo do filho para enterrá-lo.

"Acho que nem coração eu tenho mais. Acho que ele acabou também. Chega a noite e você não vê seu filho chegando em casa é complicado. Enquanto eles não derem conta do corpo do meu filho, vou estar aqui para sempre".

Luís tinha 31 anos e trabalhava para uma empresa terceirizada da Vale quando o rompimento aconteceu.

(Leia mais sobre a história do senhor Wilson aqui)

Marcelle Porto

A médica do trabalho Marcelle Porto Cangussu, enteada do juiz Christian Garrido Higuchi, que coordena a Central de Precatórios do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), é a primeira vítima confirmada da tragédia do rompimento da barragem I da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Marcelle se formou em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), há 10 anos, e trabalhava desde 2015 como médica do trabalho na Vale. Ela também atuava como médica de emergência, desde 2011, no Hospital Regional de Betim, também na região metropolitana. Marcelle era solteira e não tinha filhos. A médica do trabalho era a filho do meio de três irmãs.

(Leia mais sobre a história Marcelle Porto Cangussu)