Droga em teste

Coronavírus: cloroquina é liberada para hospitais tratarem pacientes graves

Autorização foi dada pelo Ministério da Saúde; medicamento usado para tratar malária poderá ser administrado somente por médicos no ambiente hospitalar

Por Daniele Franco
Publicado em 25 de março de 2020 | 19:02
 
 
Luiz Henrique Mandetta Foto: Isac Nóbrega/PR

O Ministério da Saúde autorizou médicos a usarem o medicamento cloroquina no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus em estado grave. O anúncio foi feito na tarde desta quarta-feira (25) durante uma coletiva de imprensa.

O ministro Luiz Henrique Mandetta reforçou que a orientação é que o medicamento seja administrado somente por médicos dentro de hospitais. A recomendação para quem comprou a cloroquina sem indicação médica é  entregar a caixa a um farmacêutico, hospital ou posto de saúde mais próximo.

Ouça o que o infectologista e professor de clinica médica da Faculdade de Medicina da UFMG Mateus Westin disse ao podcast Tempo Hábil Entrevista sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19:

Para o médico infectologista e presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, o aval do ministério é importante para que os profissionais da saúde tenham mais segurança na administração do medicamento para pacientes graves. "Não existem estudos que comprovem a efetividade da cloroquina, somente relatos de que ela pode, eventualmente, trazer benefícios, e com isso os médicos estavam com dúvidas sobre o uso", explicou.

O uso da cloroquina sem prescrição médica vem sendo altamente desincentivado pelas autoridades de saúde, e os relatos dos efeitos dela sobre a Covid-19 levaram a uma corrida às farmácias que esgotou o medicamento, normalmente usado em pacientes com malária, lúpus e artrite. O Ministério da Saúde, então, determinou na semana passada que a cloroquina só fosse vendida com receita e que o documento fosse retido.