O fechamento de centros comerciais e de lojas em Minas Gerais para conter o avanço do coronavírus pode gerar um impacto de R$ 7,5 bilhões aos cofres do Estado, segundo informou o governador Romeu Zema (Novo) na tarde desta terça-feira (24). A queda seria em razão da falta de arrecadação do ICMS, que é um imposto que depende de consumo.

O cenário, conforme explicou o chefe do Executivo mineiro, é o que acontece nas perspectivas mais pessimistas, que preveem uma queda de até 4% na atividade econômica com a crise. "Para se ter um parâmetro, esses R$ 7,5 bilhões equivalem a duas folhas de pagamento do funcionalismo do Estado", comparou o secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy, também presente à coletiva.

Embora tenha destacado o impacto econômico, Zema reiterou que o foco do governo no momento é em salvar vidas. Na mesma coletiva, ele anunciou a instalação de 900 leitos no Expominas, em Belo Horizonte, para atender pacientes da Covid-19.

Segundo Zema, a Secretaria de Estado de Fazenda já está empenhada em encontrar saídas econômicas. "Mas isso daqui a 30 a 60 dias, quando o foco deve passar a ser esse", detalhou o governador.

Pequenas empresas

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) abriu, segundo o governador, uma linha de crédito para contemplar micro e pequenas empresas que atuam no setor de turismo, bastante afetado pelas restrições da pandemia. A medida inclui, além de agências e hotéis, bares, restaurantes e outros tipos de atividades em cidades turísticas do Estado. Essas empresas poderão tomar empréstimos a juros mais baixos e com prazos maiores para o pagamento.

Ainda conforme Zema, benefícios a empresas de outros segmentos estão sendo avaliados pela diretoria do BDMG e podem ser anunciados em breve.

Economia girando

Zema também destacou a importância de a indústria continuar seu funcionamento, desde que tomadas as devidas precauções para proteger os colaboradores. "Muitos dos alimentos que consumimos passam por indústrias, e essa indústria também é a que exporta. Essas empresas não podem parar, tanto pela questão de gerar empregos e receita como pela subsistência daqueles que estão em casa", defendeu.

Em uma coletiva anterior, na tarde de segunda-feira (23), Zema também havia citado a importância de manter o abastecimento básico no Estado, permitindo a passagem e o apoio a caminhões que levam os produtos.