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Coronel diz que foi armado para a praça Sete para 'espairecer'

Após passar pelo Hospital da Polícia Militar, militar da reserva do Corpo de Bombeiros foi conduzido à delegacia

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 14 de agosto de 2017 | 14:55
 
 
Surto Foto: Denilton Dias

Será ouvido na Central de Flagrante 2 da Polícia Civil o coronel reformado do Corpo de Bombeiros de 54 anos que foi detido com duas armas na praça Sete, no centro de Belo Horizonte, na madrugada desta segunda-feira (14)

Por quase duas horas, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) precisou negociar com o coronel para que um revólver calibre 32 e uma carabina fossem entregues. O quarteirão foi fechado e, segundo a Polícia Militar, o homem, que toma remédios controlados, estava agitado.

Durante o registro da ocorrência, o coronel chegou a exigir a presença do deputado estadual coronel Edvaldo Picinini Teixeira (PSB) na praça alegando que ele era seu amigo.

No entanto, segundo a assessoria de imprensa do deputado, ele estava em viagem a trabalho e ficou surpreso ao saber do caso. A equipe do político afirmou que ele não é amigo do coronel da reserva, mas o conhece do Clube dos Oficiais, onde Picinini é presidente e o militar costuma frequentar.

O coronel foi liberado às 16h após pagar fiança de R$ 5.000. Ele responderá por posse ilegal de arma de fogo.

Na delegacia, ele conversou com a reportagem de O TEMPO.

Veja a minientrevista:

Por qual motivo o senhor resolveu ir armado para a praça Sete?

"Eu saí para rua sem nenhum objetivo traçado, não queria fazer nada com as armas. Elas eram do meu pai e por isso não têm registros.  Eu queria espairecer. Estou com umas questões na vida que tenho até vergonha de falar porque mexe com a nossa honra. Fiquei apertado com um tanto de empréstimo que fiz. O banco está sendo até legal comigo, mas não estou conseguindo honrar o pagamento. Com isso, fiquei muito sufocado"

A reunião que o senhor pediu com o deputado Piccinini era para tratar qual assunto?

"Não era nada demais. Só que quando vi aqueles policiais na praça fiquei acuado e queria falar com ele para me ajudar. Mas os militares me trataram muito bem. Coloca aí que eles estão de parabéns".

O senhor fez uso de bebidas alcoólicas antes de ir para praça?

"Sou um evangélico safado. Fumo cigarro e tomo cerveja, mas nesta madrugada não tomei nada".

O senhor faz uso de medicamentos controlados?

"Eu bebo muito remédio. Anota a lista: para diabetes, pressão alta e dor nos músculos. Você está querendo saber se eu tomo remédio para cabeça. Tomo sim. Caso não tomasse, corria o risco de sair por aí matando minha namorada, minha sogra, minha mãe e me matado logo depois". (Referindo-se ao caso do soldado que cometeu suicídio em Rio Pomba, na Zona da Mata, após matar três pessoas no fim de semana).

Atualizada às 18h26