Levantamento

Covid: Ocupação das UTIs volta a cair em BH e sai da zona vermelha após 117 dias

Capital mineira não tem mais nenhum indicador no parâmetro mais crítico da pandemia

Por Renata Evangelista
Publicado em 22 de junho de 2021 | 16:12
 
 
Doença voltou a desacelerar na capital Foto: Flávio Tavares

Belo Horizonte não tem mais nenhum indicador da pandemia na zona vermelha, classificada como a mais crítica. Nesta terça-feira (22), a ocupação das UTIs caiu pelo sétimo dia consecutivo e, agora, está no patamar amarelo. Desde 25 de fevereiro o nível não era alcançado.

De acordo com o Comitê de Combate à Covid da cidade, atualmente a lotação das UTIs está em 69,1%. No dia anterior, o balanço da prefeitura mostrava que 71,1% das vagas estavam preenchidas. E, há 117 dias, última vez que o indicador ficou amarelo, a ocupação era de 69,7%.

Hoje, BH tem 1.023 leitos hospitalares dedicados exclusivamente para pacientes em estado grave da Covid-19. São 579 do SUS e 444 da rede complementar, com ocupação de 74,6% e 61,9%, respectivamente.

Também na zona amarela, de alerta, está a situação das enfermarias. Das 1.860 vagas, 55,4% estão com moradores infectados pelo vírus. Comparado com o dia anterior, houve alta, já que a lotação era de 52,6%.

No período, a transmissão da Covid também registrou ligeiro aumento, passando de 0,92 para os atuais 0,94. Apesar do crescimento, o indicador permanece no nível verde, de controle e o mais baixo da pandemia. A taxa representa que 100 contaminados transmitem a doença para 94 pessoas. Ou seja, o coronavírus segue regredindo no município.

Integrante do Comitê de Combate à Covid de BH, o infectologista Estevão Urbano celebra os resultados obtidos pela cidade. "Um misto das consequências das medidas de restrição que foram tomadas, com a colaboração de parte dos cidadãos e ainda associada com o avanço da vacina. Todos esses fatores estão relacionados", declara.

Mas o especialista alerta que a melhora está longe do ideal. Por isso, os cuidados sanitários são essenciais. "As pessoas continuam adoecendo, não no mesmo volume de semanas atrás, mas continuam se adoecendo. Então, independente de estar vacinado ou não, os cuidados de prevenção são fudamentais", pondera.

O médico ainda ressalta que a situação do Brasil está piorando, inclusive em alguns locais do interior de Minas. "Esses números bons hoje, podem ficar rapidamente ruins. Tem que ter muita cautela", completou.

Cidade aberta

Por causa dos indicadores favoráveis, Belo Horizonte liberou que os estudantes do ensino fundamental voltassem a frequentar as escolas. Além disso, as crianças de 0 a 5 anos já estavam liberadas para o ensino presencial. Com relação ao comércio, quase todos os estabelecimentos estão abertos e liberados para atender o público.