5 a 11 anos

Covid: próximo a volta às aulas, pais esperam vacina infantil ansiosos

Ministério da Saúde realizou consulta pública para definir diretrizes para a vacinação de crianças contra Covid-19

Qua, 05/01/22 - 03h00
Na casa de Duda, de quase 11 anos, apenas ela não se vacinou contra a Covid-19 | Foto: Flávio Tavares

Na casa de Duda, de quase 11 anos, apenas ela não se vacinou contra a Covid-19. Prestes a retornar à escola para o novo ano letivo, no mês que vem, o assunto virou rotina na família e com os amigos. “Meu primo que mora no Canadá tem 7 anos e se vacinou. Eu também quero, porque minha mãe é mais velha, eu posso pegar Covid e passar para ela. Quando eu vou na casa de uma amiga, a gente fica sem máscara”, diz. A mãe, a professora universitária Regina Helena Alves, 64, concorda. “A volta às aulas sem as crianças vacinadas é uma irresponsabilidade. Era para elas já terem se vacinado em dezembro”, pontua. 

Nesta quarta-feira (5), 21 dias após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a aplicação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, o Ministério da Saúde dará seu parecer sobre a vacinação dessa faixa etária. A previsão da pasta é que, com isso, as vacinas cheguem na segunda quinzena do mês. Sem a vacinação, a morte de crianças pela doença em Minas Gerais supera a de óbitos por outras doenças que também são evitáveis por imunizantes. 

Na casa da gerente administrativa Renata Bragança, 32, o trabalho presencial dos adultos retornou à normalidade, porém o itinerário do filho, Lucca, de 7 anos, ainda se limita à casa e à escola até ele estar vacinado. “Ele foi convidado para um aniversário no mês passado, por exemplo, e não foi, porque tinha muita criança. Ele reclama que quer ficar com os amiguinhos, e depois da vacina acho que vamos poder flexibilizar um pouco”, diz a mãe. 

A pediatra infectologista Gabriela Araújo defende que a volta às aulas presenciais, neste momento, é inegociável, a não ser que o curso da pandemia se agrave significativamente. Mas, para ampliação de outros círculos sociais das crianças, ela dá orientações: “Depois da segunda dose da vacina, ainda demoramos 15 dias para um nível de proteção mais eficaz. Precisaremos manter medidas de controle após a primeira dose, mas claro que não de forma tão rigorosa quanto antes do início da vacinação”, conclui. 

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