Flexibilização

Dia das Mães: comerciantes de BH se desapontam com vendas apesar da reabertura

Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de BH, expectativa era grande para a data, considerada a segunda melhor de vendas para o varejo, atrás apenas do Natal

Por Izabela Ferreira Alves
Publicado em 08 de maio de 2021 | 17:00
 
 
Movimentação no comércio de BH para o Dia das Mães Foto: Alex de Jesus/O Tempo

Comerciantes do Centro de Belo Horizonte esperavam mais movimento para a véspera do Dia das Mães, no sábado (8). A segunda melhor data de vendas para o varejo, atrás apenas do Natal, vinha com uma carga de expectativa ainda maior, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de BH: ser o pontapé da retomada do comércio da capital. Mas a reportagem de O Tempo rodou pelo Centro de BH e encontrou lojas vazias. Comerciantes também reclamaram do movimento fraco para a data. 

Após sucessivos fechamentos, o último deles por 46 dias, a CDL tinha a esperança de, a partir de agora, a data reaquecer as vendas e minimizar os prejuízos provocados pela paralisação das atividades.

Projeções

Com as vendas do Dia das Mães, a CDL acredita num aporte de quase R$ 2 bilhões na economia. Para mapear as projeções do comércio, a entidade fez uma pesquisa com 304 lojistas da cidade, entre os dias 31 de março e 14 de abril. 

Segundo a pesquisa, em maio as mamães vão passear de roupa nova. A previsão de 56,6% dos comerciantes era de que vestuário fosse o item mais vendido. Calçados figurava em segundo lugar, com 13,8%. Gerente de uma sapataria na Avenida Afonso Pena há 32 anos, Robson Júlio da Silva, 52, vê racionalidade nas medidas tomadas pela prefeitura no que diz respeito à contenção da Covid-19. “É o que a questão sanitária permite, em vista da vacinação tímida que ainda apresentamos. Nesse horizonte, é impossível pensar em aumento de investimento, projeção de aumento de vendas ou público. Vivemos sob a ameaça de fecharmos novamente. Ninguém investe sob um risco assim”, justifica.  

Os empresários entrevistados pela CDL esperavam que os consumidores comprassem, em média, um presente para as mães de um valor médio de R$ 122,82 por item. Mas a advogada Cláudia Macedo, 43, extrapolou. “Por causa da pandemia, ela não veio experimentar, como de costume e postergamos muito a compra. Então, estava precisando demais de vestidos novos. Acabei gastando R$ 200”, conta. Ela se diz grata por poder viver esse momento: “temos de dar valor, por podermos estar do lado delas, com saúde, comemorando mais um Dia das Mães”. 

Para evitar aglomerações

Nesta sexta-feira (07), com a publicação do Decreto 17.604/2021, foram ampliados os dias e horários de funcionamento do comércio a partir de sábado (08), bem como autorizada a reabertura de atividades que estavam suspensas. 

As feiras livres agora estão liberadas e são boas opções para se encontrar itens diferenciados ou artesanais para as mães a preços atrativos. Para quem preferir deixá-la mais relaxada e cheirosa, podem abrir as portas os salões de beleza e clínicas de estética, com seus pacotes e o Dia de Dondoca. Se a ideia for levá-la para almoçar, o consumo interno nos bares e restaurantes foi ampliado, de 11h às 19h, de segunda-feira a sábado, com consumo de bebida alcoólica. 

O produtor de audiovisual Gabriel Santana, 22, preferiu marcar um churrasco com a mãe e os familiares com os quais já está isolado, diariamente. “Assim, ficamos ainda mais seguros e podemos para curtir mais a família. É isso que dá um chão em momentos como esse, que estamos vivendo”, afirma.

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza Silva, lembra que protocolou ofício junto à prefeitura solicitando a abertura do comércio no domingo, bem como dos bares e restaurantes. “A maioria das pessoas vão receber na sexta-feira e, como vão pagar à vista, só vão ter o sábado para as compras. E uma pesquisa divulgada essa semana mostra como o vírus é muito mais transmissível em ambientes fechados que estar numa mesa de bar ou restaurante na calçada”, compara. 

Mas vale lembrar que as normas de distanciamento, uso de máscara e álcool gel estão em validade e são muito necessárias, principalmente, agora, quando é esperado um movimento maior nas ruas. O decreto também autorizou a reabertura, aos domingos, de algumas atividades consideradas essenciais, como supermercados, sacolões, açougues e lojas de materiais de construção. 

A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que irá intensificar a fiscalização para garantir o cumprimento do decreto municipal. A PBH garante que vai agir em todas as regiões da capital, com guardas municipais e fiscais de Controle Urbanístico e Ambiental para coibir aglomerações e o funcionamento indevido de estabelecimentos comerciais.  

A Guarda Municipal vai apoiar a ação dos fiscais com rondas preventivas periódicas pelas ruas e praças de toda a cidade, para evitar aglomerações e fiscalizar o uso de máscaras pela população. Os estabelecimentos que não cumprirem as medidas de combate à Covid-19 vão estar sujeitos à interdição e multa no valor de R$ 18.359,66.